2006-01-22 13:27:32

A oração pela unidade dos cristãos, os 500 anos da Guarda Suíça e um apelo ao diálogo na Costa do Marfim: na alocução papal do Angelus, neste domingo


Em pleno Oitavário de oração pela unidade dos cristãos, que decorre de 18 a 25 de Janeiro, foi naturalmente a este facto que Bento XVI dedicou a sua alocução do meio-dia, antes da recitação do Angelus dominical, na Praça de São Pedro. Recordada a publicação, nesta quarta-feira, dia 25, da sua primeira Encíclica “Deus caritas est” (Deus é amor).
Depois das Ave-Marias, o Papa evocou os 500 anos da Guarda Suíça, o pequeno “exército” criado em 1506 pelo Papa Júlio II, para defesa do Palácio Apostólico. A concluir, Bento XVI recordou ainda, “de entre tantas preocupações pela situação internacional”, o caso da Costa de Marfim, convidando as partes em conflito a retomarem o diálogo para que se chegue à reconciliação e à paz.
“A Semana de oração pela unidade dos cristãos – observou o Papa – é uma iniciativa nascida nos inícios do século passado, que se foi tornando cada vez mais um momento ecuménico de referência, em que os cristãos das diversas confissões em todo o mundo rezam e reflectem, a partir de um mesmo texto bíblico. Este ano foi escolhido o capítulo XVIIII do Evangelho de Mateus, em que são referidos alguns ensinamentos de Jesus sobre a comunidade dos discípulos, nomeadamente, “Se dois de vós sobre a terra se puserem de acordo para pedir alguma coisa, o meu Pai que está nos céus vo-la concederá. Porque onde estão dois ou três reunidos no meu nome, eu estou no meio deles”.
“Quanta confiança, quanta esperança infundem estas palavras do Senhor Jesus! E sobretudo estimulam os cristãos a pedirem conjuntamente a Deus aquela plena unidade entre si, pela qual o próprio Cristo, com profunda insistência, rezou ao Pai na Última Ceia. Compreende-se bem, assim, a importância de nós cristãos invocarmos com perseverante constância o dom da unidade.
“Se o fizermos con fé, podemos ter a certeza de que o nosso pedido será escutado. Não sabemos como nem quando, porque não toca a nós conhecê-lo, mas não devemos duvidar de que um dia seremos uma só coisa, como Jesus e o Pai estão unidos no Espírito Santo.”
“É a oração pela unidade que constitui a alma do movimento ecuménico que, graças a Deus, progride no mundo inteiro. É claro que não faltam dificuldades e provações, mas também estas não são isentas de utilidade espiritual, porque nos levam a exercer a paciência e a perseverança e a crescer na caridade fraterna. Deus é amor, e só convertendo-nos a Ele e aceitando a sua Palavra nos encontraremos unidos no único Corpo místico de Cristo”.
“A expressão Deus é amor (em latim Deus caritas est) é o título da minha primeira Encíclica, que será publicada na próxima quarta-feira, 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo. Estou contente com o facto de coincidir com a conclusão da Semana de oração pela unidade dos cristãos: nesse dia deslocar-me-ei à basílica de São Paulo para presidir às Vésperas, nas quais tomarão parte também os Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais. Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, interceda por nós.
Encontrava-se desta vez na Praça de São Pedro um contingente de 70 Guardas Suíços, em formação de honra, para receberem do Papa a bênção do Papa a bênção apostólica, como aconteceu há 500 anos da parte de Júlio II. Bento XVI recordou ter sido precisamente a 22 de Janeiro de 1506, faz agora 500 anos, que o Papa Júlio II acolheu e deu a sua bênção ao primeiro contingente de Guardas Suíços, vindos a Roma para assegurarem a defesa da sua pessoa e do Palácio Apostólico, dando assim origem à Guarda Suíça. “Recordando aquele histórico acontecimento, tenho a alegria de saudar quantos hoje compõem este benemérito Corpo, ao qual, em sinal de apreço e de reconhecimento, concedo de coração uma especial Bênção Apostólica”.
Solenizando este acontecimento, neste domingo de manhã o cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado, presidiu a uma concelebração Eucarística, na Capela Sistina, para os 110 Guardas Suíços em exercício, e respectivos familiares. Concelebraram o arcebispo D. Leonardo Sandri, Substituto da Secretaria de Estado, e D. Amédée Grab, presidente da Conferência Episcopal Suíça. No mesmo momento, na catedral da cidade suíça de Friburg o cardeal Georges-Marie Cottier presidia a uma celebração eucarística semelhante em que participavam mais de 500 antigos Guardas Suíços. Nas saudações em francês, o Papa dirigiu-se a estes ex-membros da Guarda Suíça do Vaticano, que se encontravam em ligação directa com Roma:

“Saúdo cordialmente os antigos Guardas Suíços, agradecendo-lhes pela sua fidelidade à Igreja e ao Sucessor de Pedro. Nesta Semana de Oração pela unidade dos cristãos, convido-vos a rezar para que os fiéis de Cristo façam a vontade do Senhor, que deseja reunir todos os seus discípulos na unidade, a fim de que sejam sinal da unidade trinitária e do amor de Deus”
SOIENT







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