A cultura é uma dimensão fundamental da evangelização
“A cultura é um campo de acção pastoral indispensável” – disse à Agência ECCLESIA
o Pe. Tolentino Mendonça, Director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura,
no encerramento do Encontro de Referentes (delegados) da Pastoral da Cultura, realizado
a 14 de Janeiro, em Fátima. A cultura é uma realidade envolvente de toda a vida dos
homens em comunidade. Tudo o que é expressão criadora da liberdade, busca inteligente
e generosa de soluções, expressão gratuita dos mais nobres sentimentos, são componentes
da cultura de um povo. “A cultura é feita de culturas, de micro realidades culturais”
– sublinhou.
Durante a manhã, as duas dezenas de referentes da Pastoral da
Cultura aproveitaram para partilhar as experiências realizadas nas dioceses, Movimentos,
Congregações Religiosas e Centros Culturais. “Um cruzamento de experiências que nos
dão o retracto de uma grande vitalidade da presença da Igreja no mundo da cultura”.
A cultura é uma “dimensão fundamental da evangelização” e da “própria presença da
Igreja no mundo” – apurou o Pe. Tolentino Mendonça.
Numa sociedade onde o ter
ganha vantagem ao ser, o Pe. Tolentino Mendonça salienta: “não podemos hierarquizar
em alta cultura e baixa cultura”. É urgente potenciar as várias dimensões da cultura
visto que esta não anula as culturas. “Os poetas também gostam de futebol.” Ao construirmos
uma pirâmide cultural corremos o perigo da “banalização e de ficarmos somente numa
vivência epidérmica da realidade, mesmo nos aspectos lúdicos e criativos”.
Perante
esta realidade, os delegados estão “motivados” a fazer da cultura um lugar onde “a
Igreja se encontra consigo mesma”. A cultura permite que a igreja “se olhe, reconheça
e se compreenda a si mesma” – confessou o director deste secretariado. Depois do I
Encontro Nacional da Pastoral da Cultura, teve como tema «Entretenimento - valores
e contradições», nos dias 24 e 25 de Junho, este sacerdote admitiu que “ficámos mais
convencidos que o entretenimento prende-se com a procura da felicidade e o desejo
do encontro. Os tempos livres falam do tempo interior que é necessário trabalhar e
iluminar”. As pessoas olham para os tempos livres como uma “possibilidade de realizar
os sonhos mais profundos da sua vida” – concluiu.
As próximas jornadas Nacionais
da Pastoral da Cultura realizar-se-ão em Fátima, dias 16 e 17 de Junho, e terão como
tema “Do tempo livre à libertação do tempo”.