CRESCE NÚMERO DE ABORTOS SELETIVOS DE MENINAS NA ÍNDIA
Nova Délhi, 12 jan (RV) - Em várias culturas orientais, as famílias preferem
ter filhos homens. Esse desejo tornou-se um perigo mortal para as meninas concebidas
na Índia onde, nos últimos 20 anos, foram praticados dez milhões de abortos seletivos
por sexo.
Segundo uma pesquisa da revista médica "The Lancet", a cada ano são
registrados 500 mil abortos de meninas, entre famílias de classe média e alta. Saber
que o bebê esperado é uma menina, mediante uma ultra-sonografia de rotina, que é possível
realizar com facilidade, na Índia, desde meados dos anos 80, seria a nova sentença
de morte.
Teoricamente, na Índia não é legal abortar por discriminação sexual
desde 1994. Entretanto, as famílias de classe média e alta consideram imprescindível
ter um filho homem, que garanta a continuidade da linhagem, os ganhos econômicos
e cuide dos idosos.
A mulher, ao contrário, é considerada uma carga, pois quando
alcança a idade do casamento, a família deve preparar um significativo dote, para
torná-la "interessante" aos olhos do futuro marido. (CM)