2006-01-11 13:00:42

Conhecer a Deus Criador é o conhecimento fundamental, que dá sentido e orientação a todos os conhecimentos: sublinhou Bento XVI, comentando na audiência geral desta quarta-feira. Na audiência, 30 crianças de Beslan


Quarta-feira, audiência geral de Bento XVI. Como desde o início do seu pontificado, também esta semana milhares de peregrinos acorreram a este encontro com o Papa. Dado o frio rigoroso que se faz sentir em Roma, a audiência teve lugar na Aula Paulo VI.
Presentes também peregrinos de língua portuguesa, aos quais o Papa dirigiu uma saudação na nossa língua: “ RealAudioMP3
Saúdo com viva satisfação o grupo de peregrinos de língua portuguesa e, de modo especial, os juristas brasileiros aqui presentes. Faço votos que a oportunidade de visitar o túmulo dos Apóstolos vos sirva de estímulo para uma renovada confiança na Lei de Deus e nos princípios que dela derivam. A todos desejo muita paz e alegria no Espírito Santo. Que o Senhor vos abençoe!”

Prosseguindo a catequese que vem desenvolvendo, nesta circunstância, sobre os salmos da liturgia de vésperas, Bento XVI deteve-se hoje a comentar a primeira parte do Salmo 143, uma oração do rei messiânico, que invoca a vitória e a paz: “Bendito seja o Senhor, meu refúgio… meu amparo, meu libertador… Que é o homem, Senhor, para que dele cuideis..? O homem é como sopro da brisa… como sombra que passa… Abri, Senhor, os céus, e descei… Salvai-me do abismo das águas…”

O Papa fez notar que o Salmo começa com uma exclamação de louvor a Deus, mediante uma série de títulos honoríficos: rocha segura, baluarte protegido, refúgio… “Não obstante a sua dignidade de rei (observou), o orante sente-se débil e frágil diante do Senhor, como uma sombra que passa, pelo que faz uma autêntica profissão de humildade, que o leva a perguntar: Por que é que Deus se preocupa com uma criatura tão pobre e caduca?
Orígenes comenta: Senhor, “não poderás salvar esta miséria que é o homem, se tu próprio não o carregas sobre ti…. Tu descestes… estendestes do alto a tua mão, dignaste-te assumir a carne do homem, e muitos acreditaram em ti…Grande felicidade (é) para o homem conhecer o próprio Criador. É nisto que nós nos diferenciamos das feras e dos outros animais, porque sabemos ter o nosso Criador, ao passo que eles não o sabem”.


"Vale a pena (observou o Papa, improvisando) meditar um pouco estas palavras de Orígenes, que vê a diferença fundamental entre o homem e os outros animais no facto do homem ser capaz de conhecer Deus, o seu Criador. O homem é capaz da verdade, capaz de um conhecimento que se torna relação e amizade. È importante no nosso tempo não esquecermos Deus, com todos os outros conhecimentos que temos, e que são tantos, mas se tornam todos problemáticos, ou mesmo perigosos, se falta o conhecimento fundamental que dá sentido, orientação a tudo: o conhecimento de Deus, o Criador”.
“Para nós, cristãos, Deus já não é, como na filosofia anterior ao cristianismo, uma hipótese, mas é uma realidade, porque Deus abriu os céus e desceu. (O céu é Ele próprio.) Ele desceu. Justamente vê Orígenes na parábola da ovelha extraviada que o pastor carrega aos ombros uma parábola da incarnação de Deus. Sim, na incarnação (Deus) desceu e toma aos ombros a nossa carne, nós mesmos. O conhecimento de Deus tornou-se assim realidade, amizade, comunhão.
Na audiência estiveram presentes grupos de todo o mundo, com especial destaque para 30 crianças, sobreviventes da tragédia de Beslan, na Rússia. O grupo encontra-se na Itália a convite da Protecção civil deste país, e ainda hoje, visitou os jardins do Vaticano.
 







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