Ali Agca deveria ser libertado esta semana: a Santa Sé assegura que respeita as decisões
dos tribunais
O turco Mehmet Ali Agca, envolvido na tentativa de assassinato de João Paulo II a
13 de Maio de 1981, será colocado em liberdade esta semana, provavelmente na próxima
quinta-feira. A decisão do tribunal turco acontece pouco mais de nove meses depois
da morte do Papa polaco.
O advogado de Agca acredita que o seu cliente será
colocado em liberdade dentro de poucos dias, entre 10 e 15 de Janeiro.
Em resposta
a estes acontecimentos, o director da sala de imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls,
emitiu um breve comunicado onde afirma que “a Santa Sé, perante um problema de natureza
jurídica, respeita as decisões dos tribunais implicados neste caso”.
A 13 de
Maio de 1981, Agca, então com 23 anos, disparou e feriu no abdómen João Paulo II,
quando este viajava num carro descapotável, na Praça de S. Pedro,onde devia ter lugar
a Audiência geral. João Paulo II visitara pessoalmente Ali Agca na prisão romana de
Rebbibia, em 1983, para manifestar-lhe o seu perdão.
Agca passou 19 anos em
prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão
perpétua pelo assalto a um banco nos anos 70 e pelo assassínio de um jornalista em
1979, pena depois comutada para dez anos de prisão.
No seu último livro “Memória
e Identidade”, João Paulo II afirmava-se convencido de que Ali Agca actuou a mando
de alguém, sem citar nenhum país. Em 2002, na Bulgária, o Papa Wojtyla afirmou que
"nunca" acreditara na pista búlgara sobre o atentado.
João Paulo II acreditava
que uma "ideologia da prepotência encomendou o atentado" executado por Ali Agca a
13 de Maio de 1981.