Genebra, 07 jan (RV) - O que é Natal, Ramadã, Yon Kippur? Cada vez mais, as
escolas na Suíça respondem a essas questões, através de um ensino não confessional.
Essa tendência existe inclusive nos cantões do leste do país, até pouco tempo atrás
habituados a um ensino puramente religioso.
A Confederação Helvécia garante
a liberdade de crença e de culto. Nenhum aluno é obrigado a seguir as aulas de religião,
muito menos se o ensino é ministrado por alguma Igreja.
As regras do federalismo
suíço, no entanto, fazem com que, cada um dos 26 cantões (estados) tenham suas prioridades
em matéria de ensino. "A Suíça é um verdadeiro tabuleiro de xadrez quanto ao ensino
religioso" _ afirma Ralph Kunz, professor de Teologia na Universidade de Zurique.
Em
linhas gerais, a Confederação é dividida. Na região leste, os cantões sempre colaboraram
com as Igrejas Católica e Protestante e colocaram nos currículos escolares pelo menos
uma hora semanal de religião. Na região oeste, predomina o princípio da "laicidade
à maneira francesa", com uma separação mais clara entre Igreja e Estado.
O
horário semanal de religião nas escolas vem da época em que a quase totalidade dos
alunos pertencia a uma ou outra Igreja do país. No entanto, com o passar do tempo,
a secularização e a imigração mudaram as coisas.
Com o objetivo de combater
a ignorância e de favorecer o conhecimento recíproco, cada vez mais cantões tornam
a aula de religião obrigatória, embora o ensino não seja mais confessional, doutrinário.
(MZ)