A IGREJA LUSÓFONA... O CALVÁRIO DA IGREJA NOS TEMPOS DE GUERRA EM MOÇAMBIQUE E ANGOLA
Especial de Rodrigo Werneck (5)
Roma, 06 jan (RV) - A Igreja
atravessou momentos de provação nos países de língua portuguesa.
Terminada
em 1990, a guerra civil em Moçambique custou cara para a Igreja local.
O Bispo
de Beira, Dom Jaime Pedro Gonçalves, lembra que o governo de orientação marxista ensinava
o ateísmo nas escolas e proibiu os jovens de freqüentar igrejas.
Durante 15
anos, dezenas de paróquias foram fechadas, a evangelização foi praticamente interrompida
e os missionários estrangeiros tiveram de abandonar o país.
Em Angola,
por sua vez, a ONU estima que a guerra civil tenha tirado a vida de 25 mil pessoas,
entre elas centenas de religiosos.
O conflito terminou somente em 2001 e, até
então, o trabalho de evangelização foi prejudicado com a morte e o seqüestro de sacerdotes
e missionários estrangeiros. Até um Bispo foi seqüestrado pelos rebeldes da UNITA
(União Nacional pela Independência Total de Angola).
O Arcebispo de Luanda,
Dom Damião Antonio Franklin, lembra que a guerra impôs principalmente dificuldades
de deslocamento para os evangelizadores.
No entanto, as visitas a aldeias e
povoamentos continuaram mesmo em meio à guerra, o que aumentou o respeito da população
pela Igreja.
Hoje, felizmente,
as Igrejas em Angola, Moçambique, Timor Leste e Guiné-Bissau têm liberdade para pregar
o Evangelho.
Mas a lembrança do passado permanece viva e serve de ensinamento
para que a Igreja Católica trabalhe com todas suas forças, para evitar novas violências
e abusos contra qualquer crença religiosa ou cidadão. (RW)