A IGREJA LUSÓFONA... OS DIAS DE PROVAÇÃO DA IGREJA LUSÓFONA
Especial de Rodrigo Werneck (2)
Roma, 04 jan (RV) - Portugal
foi o centro de um vasto império colonial durante quase cinco séculos. A coroa portuguesa
perdeu sua primeira colônia somente em 1822, com a independência do Brasil.
No
século passado, Portugal passou por diversas crises e todas as demais colônias também
conseguiram sua autonomia política. A conquista da independência por parte desses
povos, no entanto, não foi uma garantia imediata de paz e liberdade. Mesmo depois
de se livrarem da dominação portuguesa, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste
foram palco de sangrentos conflitos étnicos e guerras civis, a partir dos anos 60.
Presente
em todos esses países, a Igreja foi testemunha de atrocidades e vítima de perseguições
que custaram a vida de fiéis e religiosos. A última Igreja a passar pela provação
da guerra foi a de Timor Leste, na Ásia.
Invadido pela Indonésia nos anos 70,
Timor Leste conseguiu sua independência apenas em 2002, por meio de um referendo popular.
O processo de independência, porém, foi traumático. Milícias pró-Indonésia destruíram
cidades inteiras e perseguiram especialmente os católicos, que tiveram de se refugiar
nas montanhas.
O Bispo de Díli, Dom Ricardo Alberto da Silva, lembra o drama
vivido por religiosos e moradores dos centros urbanos que foram obrigados a fugir,
para não ser vítimas de um extermínio.
Outro conflito
ainda recente é a guerra civil de Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo.
O confronto entre grupos étnicos, de 1998, destruiu cidades inteiras e, ainda hoje,
é praticamente impossível fazer uma ligação para o país que tem o único Bispo brasileiro
em missão na África, Dom Carlos Pedro Zili.
O sacerdote guineense, P. Abraão
Sambu, da Diocese de Bafatá, conta que a Igreja em Guiné-Bissau serviu de abrigo para
milhares de refugiados que eram perseguidos por rebeldes. (RW)