HISTÓRIA EM QUADRINHOS SOBRE MAOMÉ PROVOCA PROTESTOS
Copenhague, 31 dez (RV) - Os Ministros das Relações Exteriores árabes criticaram
o governo de Copenhague por ter permitido a publicação, num jornal, de história em
quadrinhos sobre o profeta Maomé. A Conferência da Liga Árabe, no Cairo, disse estar
"surpreendida e descontente com a resposta". As representações de Maomé ou de Alá
são proibidas pela religião muçulmana.
O jornal "Jyllands-Posten" publicou
uma série de doze histórias em quadrinhos representando Maomé. Num deles, o profeta
parecia ter uma bomba no turbante. O Conselho de Ministros da Liga Árabe considerou
esses desenhos um insulto ao Islã.
A resposta do governo dinamarquês "foi decepcionante
apesar de seus laços políticos, econômicos e culturais com o mundo muçulmano" _ disse
o Conselho de Ministros da Liga Árabe.
Dirigentes da comunidade muçulmana se
encontraram com o chefe do Governo dinamarquês, Anders Rasmussen, em julho. Os muçulmanos
queixaram-se do tratamento dado pela comunicação social ao Islã, mas Rasmussen disse
que não podia controlar o que os jornais publicavam ou deixavam de publicar.
Os
Ministros árabes dizem estar também descontentes com as organizações de defesa dos
direitos humanos na Europa, por não terem tomado uma posição a respeito.
A
publicação das histórias em quadrinhos provocou uma série de manifestações de protestos
nas ruas de Copenhague e em numerosos países muçulmanos.
O "Jyllands-Posten"
insiste na liberdade de imprensa e diz ter o direito de imprimir as palavras e as
histórias em quadrinhos que quiser. Tanto o jornal como o autor dos desenhos têm recebido
ameaças de morte. (MZ)