2006-01-02 14:02:17

"Guerra do gaz" entre Russia e Ucrânia afecta paises da UE: preocupação da Comissão Europeia.


A Rússia começou ontem a reduzir a pressão no gasoduto que fornece gás natural à Ucrânia, depois de o Governo de Kiev ter recusado, uma vez mais, o novo preço, que quase quintuplica em relação ao anterior.
Em Bruxelas, a Comissão Europeia (CE) convocou para quarta-feira uma reunião do grupo de coordenação do gás, para analisar a situação e suas consequências

Alguns países da UE são muito dependentes do gás russo. A Alemanha, por exemplo, recebe 30 por cento dos seus abastecimentos através da Ucrânia.

A já designada "guerra do gás" está a ser acompanhado de acusações das duas partes
No último dia do ano, o Presidente russo, Vladimir Putin, propôs à Ucrânia o fornecimento de gás a preços de 2005, desde o primeiro dia de 2006 e durante três meses, se Kiev aceitasse uma subida daquele valor a partir do segundo trimestre do novo ano.

Como as autoridades de Kiev se recusaram a aceitar a fórmula que, a partir de Abril, faria igualmente subir o preço de mil metros cúbicos de gás de 50 para 230 dólares, o Kremlin começou, a reduzir a pressão no gasoduto.

Em Março próximo, os ucranianos vão às urnas para eleger uma nova Rada Suprema (Parlamento) e a "guerra do gás" poderá ser um dos trunfos fundamentais na campanha eleitoral. O Kremlin, com a subida em flecha dos preços do gás, pode criar sérios problemas económicos a Kiev e comprometer as forças políticas que apoiam o Presidente pró-ocidental Victor Iuschenko.

O Kremlin poderá, contudo, sair derrotado tal como aconteceu há um ano, quando tentou impedir a eleição de Iuschenko. A ingerência de Moscovo teve um efeito contrário ao esperado por Putin.

Iuschenko poderá utilizar esta crise para mobilizar e unir em torno de si todos os que o apoiaram na "Revolução Laranja". "A Ucrânia venceu a ditadura e, agora, deve trabalhar para conseguir a independência económica", declarou o Presidente na sua mensagem de Ano Novo.







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