2005-12-28 12:50:23

Igreja portuguesa recorda os seus emigrantes: Mensagem de Natal e Ano Novo às Comunidades Cristãs envolvidas na Pastoral das Migrações em Portugal e no Estrangeiro




1. Mais um Natal e um Novo Ano civil, datas importantes na vida social e cristã, mas com um significado muito forte para os migrantes, para aqueles que deixaram o seu torrão natal (...) e andam pelo mundo fora à procura de melhores condições de vida. Nesta época do ano afloram ao nosso espírito as saudades da nossa terra de origem, sobretudo dos familiares que vivem longe de nós.

Natal tem a ver com as nossas raízes, as nossas origens relacionadas com Deus e com a família. No Natal Deus faz-se um de nós - o Emanuel, Deus connosco - para que nos tornemos também Sua família. Embora em grande parte do mundo se celebre o Natal, no entanto, o da nossa terra tem algo de especial, porque tem a ver mais connosco, com os nossos familiares. Neste sentido faço votos para que os “natais” reforcem os laços com Deus e com a nossa família. Em qualquer parte do mundo onde nos encontremos, saibamos que Deus aí quer encontrar-Se connosco e tornar-nos família unida e responsável pelo bem de todos.



2. É o primeiro ano do meu mandato como presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH) e estou a tomar conhecimento mais exacto da situação das Missões e Comunidades Católicas junto dos nossos emigrantes, dos viajantes, dos ciganos, dos refugiados e exilados, dos marítimos...

Actualmente somos também um país de imigração. A Igreja em Portugal tem de continuar a prestar atenção aos imigrantes no meio de nós. Nunca nos esqueçamos que também nós “vivemos em terra estrangeira” e não devemos fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós…



3. Tenho estado a receber muitas respostas ao inquérito lançado junto dos nossos missionários – padres, religiosas e leigos - o que vai ser uma preciosa ajuda para a reestruturação da acção da Igreja junto das Comunidades Portuguesas. O meu “muito obrigado” aos generosos missionários e missionárias que estão a colaborar comigo. Logo que tenha uma visão de conjunto, enviarei a todos as minhas considerações, em ordem a continuarmos o nosso diálogo, para melhor organização dos nossos serviços, sobretudo, através da Obra Católica Portuguesa das Migrações e seus delegados na Europa e no Mundo (...).

Depois de analisadas as respostas ao inquérito em curso, iremos fazer uma revisão dos nossos Estatutos e Regulamentos, para que sintonizem melhor com a “renovação” que está a ser empreendida em toda a Igreja, depois do Concílio Vaticano II, do Direito Canónico de 1983 e da recente Instrução do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, de 2004.



4. Nos últimos tempos a Inglaterra tem sido o país que mais portugueses tem acolhido e é preciso acompanhar mais este fluxo de emigrantes. Em 2006 iremos tentar responder melhor às necessidades e desafios pastorais desta zona da Europa, em colaboração com a as estruturas da Igreja no Reino Unido, onde a Igreja Católica é minoritária.



5. Formulo votos, e rezo nesse sentido, para que 2006 seja repleto das bênçãos de Deus para todos os que trabalham na área das migrações e, em colaboração mútua, encontremos as melhores soluções para o bem material e espiritual de todos. Que Deus abençoe os nossos planos e em todos nós suscite a vontade de nos ajudarmos para o bem de todos aqueles e aquelas que deixaram a sua terra à procura de melhores condições de vida.



Beja, 25 de Dezembro de 2005



† António Vitalino, Bispo de Beja e Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana








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