Deus pousa o seu olhar sobre o embrião no seio materno, sublinhou o Papa na audiência
geral, comentando o salmo 138. Bento XVI lembrou as vitimas do tsunami e as vitimas
de outras calamidades naturais
Bento XVI lembrou hoje as vítimas do maremoto que, há um ano, fez mais de 200 mil
vítimas no sudeste asiático. Na audiência geral desta quarta feira o Papa rezou “por
elas e por todos os que, mesmo noutras regiões do mundo, sofreram calamidades naturais
e esperam ainda a nossa solidariedade concreta”.
Na sua intervenção, perante
30 mil peregrinos, Bento XVI apresentou uma reflexão sobre o Salmo 138, afirmando
que a pessoa humana é uma “obra-prima”, mesmo quando é atingida pelo sofrimento. Tal
como na audiência da semana passada, o Papa envergava o “camauro”, um barrete de veludo
vermelho bordado a branco, para proteger-se do frio.
Prosseguindo a reflexão
iniciada a 14 de Dezembro, sobre o mesmo Salmo, Bento XVI sublinhou a dignidade e
a grandeza da “pessoa humana por nascer”, com um aparte dedicado “à pequena criatura
humana não nascida, formada pelas mãos de Deus e rodeada pelo seu amor”. O salmo,
recordou o papa, fala de um homem ainda informe no seio materno: a palavra ebraica
usada foi entendida por alguns estudiosos da Bíblia como referencia ao embrião, sobre
o qual se coloca o olhar benévolo e amoroso dos olhos de Deus. Extremamente
poderosa é no nosso salmo – afirmou Bento XVI - a ideia que Deus, daquele embrião
ainda informe veja já o futuro: no livro da vida do Senhor já estão escritos os dias
que aquela criatura viverá e encherá de obras durante a sua existência terrena. Volta
assim a emergir a grandeza transcendente do conhecimento divino que não abraça apenas
o passado e o presente da humanidade, mas também o arco ainda escondido do futuro,
disse o Papa, acrescentando que aparece também a grandeza desta pequena criatura
humana, ainda não nascida, formada pelas mãos de Deus e circundada pelo seu amor.
Um elogio bíblico do ser humano, desde o primeiro momento da sua vida. Bento XVI uniu-se á recordação que nestes dias une as populações atingidas há
um ano pelo tsunami, que causou inumeráveis vitimas humanas e prejuízos ambientais
incalculáveis no sudeste asiático. No final da audiência geral o Papa rezou ao
Senhor por elas e por todos aqueles que também noutras regiões do mundo sofreram calamidades
naturais e esperam a nossa solidariedade concreta e eficaz.