2005-12-26 15:15:18

NA HOMILIA DE SUA PRIMEIRA MISSA DO GALO, BENTO XVI RECORDA QUE DEUS AMA TODOS, MAS ALGUMAS PESSOAS SE FECHAM A ELE


Cidade do Vaticano, 25 dez (RV) - à meia-noite de ontem, Bento XVI presidiu, na basílica vaticana, à sua primeira Missa do Galo como Pontífice. A Basílica de São Pedro estava repleta de fiéis de todas as partes do mundo.

Em sua homilia, o Santo Padre deixou-se guiar pelas leituras da liturgia da noite santa, fundamentando-se em três palavras-chaves: epifania, luz e paz.

O Senhor disse-Me: "Tu és meu filho, Eu hoje Te gerei". Estas palavras do Salmo nos dizem que o Menino no presépio é verdadeiramente o Filho de Deus. Deus não é perene solidão, mas um círculo de amor no recíproco dar-se, e um dar-se sem cessar.

"Deus é tão grande que se pode fazer pequeno. Deus é tão poderoso que se pode fazer inerme e vir ter conosco, como menino indefeso, para que possamos amá-lo. Deus é tão bom, que renuncia a seu esplendor divino, e desce ao estábulo, para que possamos encontrá-lo e para que, assim, sua bondade chegue também a nós" _ disse o Papa.

A segunda palavra é luz, que permeia toda a liturgia da vigília de Natal. O nascimento do Menino é a irrupção da luz divina no mundo cheio de escuridão e de problemas insolúveis.

"Mas luz _ explicou o Papa _ significa sobretudo conhecimento, significa verdade em contraposição à escuridão da mentira e da ignorância. Desse modo, a luz nos faz viver, nos indica a estrada. Além disso, enquanto gera calor, a luz significa também amor. Onde há amor, levanta-se uma luz no mundo; onde há ódio, o mundo permanece na escuridão."

"A luz de Belém nunca mais se apagou. Ao longo de todos os séculos, envolveu homens e mulheres. A partir de Belém, um rastro de luz, de amor e de verdade atravessa os séculos. Contra a violência deste mundo, Deus opõe, naquele Menino, a sua bondade e chama-nos a segui-Lo" _ acrescentou o Pontífice.

O verdadeiro mistério do Natal, portanto, é o esplendor interior que este Menino irradia.

"Não deixemos que essa chama luminosa _ exortou o Santo Padre _ se apague por causa das correntes frias do nosso tempo. Esta noite, queremos também rezar, de modo especial, pelo lugar do nascimento do nosso Redentor e pelos homens que lá vivem e sofrem. Queremos rezar pela paz na Terra Santa: Fazei que lá chegue a paz!"

Paz é a terceira palavra-chave dessa liturgia. Paz que Bento XVI combina com a figura dos pastores: pessoas de almas simples, mas, sobretudo, vigilantes.

A vigilância dos pastores tem dois significados. O primeiro é exterior, pois de noite eles vigiavam suas ovelhas. O segundo é mais profundo: eles estavam disponíveis à palavra de Deus. A vida dos pastores não estava fechada em si mesma; seu coração estava aberto e, de certo modo, estavam à espera do Salvador. A vigilância, portanto, era disponibilidade para ouvir, para se colocar a caminho.

"E isso é o que interessa a Deus. Ele ama todos. Mas algumas pessoas têm sua alma fechada; seu amor não encontra acesso a elas. Deus procura pessoas que levem e comuniquem a paz. Peçamos-lhe para fazer com que não encontre fechado o nosso coração" _ disse Bento XVI, sublinhando que a palavra "paz" assumiu, entre os cristãos, um significado especial: tornou-se um nome para designar a Eucaristia. Nela, está presente a paz de Cristo."

"Por isso, suplicamos: Senhor _ concluiu o Papa _ realizai vossa promessa! Fazei que, onde houver discórdia, nasça a paz! Fazei com que desponte o amor, onde reinar o ódio! Fazei que surja a luz, onde dominarem as trevas! Fazei que nos tornemos portadores da vossa paz!" (BF)








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