DEPUTADO TÂMIL ASSASSINADO DURANTE A MISSA, EM SRI LANKA
Colombo, 25 dez (RV) - Sangue, sapatos abandonados e papéis estão jogados na
Catedral de Batticaloa, leste de Sri Lanka, onde muita gente teme que a o assassinato
de um político pró-rebeldes durante a santa missa, ontem, possa significar um passo
de volta à guerra.
Joseph Para-raja-singham, parlamentar da Aliança Nacional
Tâmil (TNA) _ representante político dos rebeldes Tigres de Libertação da Pátria Tâmil
_ acabara de receber a comunhão, quando homens armados não identificados, passaram
pelas centenas de fiéis e o mataram, deixando outros oito feridos, incluindo crianças.
"Imediatamente
houve pânico" _ disse à agência Reuters, o pároco da Catedral, P. Ignace Joseph, ao
pé do altar por onde corria o sangue do parlamentar. "Algumas pessoas correram, outras
se jogaram no chão. A cerimônia parou. Depois, o bispo deu uma bênção e as pessoas
foram para casa."
Cada vez mais gente teme a volta da guerra civil, que durou
duas décadas, depois de uma série de violações do cessar-fogo de 2002, que culminaram
com uma emboscada atribuída aos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil, que matou 13
marinheiros, na sexta-feira. O ataque provocou uma corrida diplomática à "capital
de fato", dos rebeldes _ Kilinochchi _ norte do país, para tentar manter a paz.
Os
ataques esporádicos continuaram no norte e no leste neste domingo. Quatro soldados
ficaram feridos num ataque com granadas, na península de Jaffna, e um policial foi
ferido a tiros no porto de Trincomalee, no leste.
A polícia disse que não está
claro quem foi o responsável pela morte do parlamentar, mas o grupo Tigre de Libertação
da Pátria Tâmil vem combatendo uma facção renegada no leste, liderada por um comandante
chamado Karuna. Os rebeldes dizem que o governo apóia Karuna, e monitores da paz afirmam
que o governo faz vista grossa no que diz respeito às suas ações. (AF)