18 de Dezembro Dia Internacional dos Migrantes :direitos dos trabalhadores migrantes
e das suas familias precisam de protecção
Várias organizações religiosas e civis assinalaram o Dia Internacional dos Migrantes
com um comunicado no qual pedem a protecção dos direitos dos imigrantes que se encontram
em Portugal.
O Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME),
a Amnistia Internacional (AI), a Caritas Portuguesa (CP), a Obra Católica Portuguesa
de Migrações (OCPM), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Organização
Internacional para o Trabalho (OIT) aproveitam esta oportunidade para defender a migração
legal, “desde logo, pelo que equivale enquanto protecção do migrante, em todo o processo,
desde o país de origem até ao país de acolhimento e eventual regresso”.
“Os
migrantes que arriscam em processos falaciosos de migração irregular correm sérios
riscos de engano, exploração, sofrimento e até, algumas vezes, perigo de vida”, alerta
o comunicado.
“Os desafios colocados pelas migrações exigem respostas orgânicas
e transversais baseadas na promoção e protecção dos direitos humanos. Tal só será
possível através da acção conjunta dos governos, organizações internacionais e organizações
de apoio da sociedade civil, incluindo as associações das comunidades migrantes”,
acrescenta o documento.
Em 18 de Dezembro de 1990 a Assembleia Geral das Nações
Unidas adoptou a Convenção Internacional para a Protecção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e as Suas Famílias. Em 2000 este dia foi proclamado o Dia
Internacional dos Migrantes e desde então tem constituído uma oportunidade para sensibilizar
a comunidade internacional para a necessidade de proteger os direitos dos imigrantes
e emigrantes em todo o mundo.
Esta Convenção da ONU, aprovada pela Resolução
da AG das Nações Unidas nº45/158, contempla posições inovadoras e humanistas relativamente
aos direitos de todos os migrantes, vem sendo ignorada pelos países mais ricos do
hemisfério Norte. Mais de treze anos passaram desde a sua aprovação na ONU até que
mais de vinte países a ratificassem para que entrasse finalmente em vigor a 1 de Julho
de 2003. Nesse ano, o próprio João Paulo II apelou aos chefes de Estado para que aderissem
à Convenção.
A OCPM e outras instituições têm vido a empenhar-se na reclamação
para que Portugal ratifique a Convenção Internacional. Até agora nenhum país da União
Europeia assinou, nem ratificou esta Convenção, que reforça a defesa dos direitos
humanos dos migrantes e suas famílias a nível internacional.