EPISCOPADO CONGOLÊS NÃO DÁ INDICAÇÃO SOBRE O VOTO NO REFERENDO CONSTITUCIONAL
Kinshasa, 15 dez (RV) - O Presidente da Conferência Episcopal do Congo (CENCO),
Dom Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kisangani, confirmou que a Igreja Católica
congolesa não dá nenhuma indicação de voto para o referendo constitucional do próximo
domingo.
Numa entrevista coletiva realizada na última terça-feira, Dom Monsengwo
Pasinya precisou que os bispos fazem somente um apelo "à consciência dos cidadãos
congoleses, a fim de que, cientes da gravidade deste momento, façam uma escolha correta,
não ditada por interesses de grupos".
"Por sua própria natureza e missão _
salientou o Arcebispo _ a Igreja não se confunde com nenhum grupo político. Ela é
o sinal da salvaguarda da transcendência do homem, dos seus direitos inatos e das
suas liberdades fundamentais."
Interpelado sobre posições expressas por algumas
organizações e associações católicas a favor ou contra o novo texto constitucional,
Dom Monsengwo Pasinya afirmou que cada fiel é livre para expressar suas opiniões,
e que a tarefa da Igreja é apenas educar e informar os cidadãos, para ajudá-los na
formação de uma opinião.
A Igreja pronunciaria um decisivo "não" apenas se
fosse interpelada sobre questões doutrinais, como por exemplo, a possibilidade de
casamentos homossexuais, afirmou.
A nova Constituição sobre a qual devem se
pronunciar os cidadãos congoleses substitui a provisória, aprovada em 2 de abril de
2003, após os acordos de Pretória, de 2002, sob a tutela da África do Sul, para colocar
fim à guerra civil congolesa iniciada em 1998.
Esses acordos previam a formação
de um governo de unidade nacional, com a tarefa de adotar uma nova Constituição, e
de preparar as eleições gerais após dois anos de sua aprovação. (MZ)