Bagdá, 16 dez (RV) - A Igreja Católica no Iraque envia uma mensagem de otimismo
ao mundo: um dia após as eleições parlamentares que transcorreram em paz, o Bispo
de Kirkuk, Dom Louis Sako, concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano na qual comemora
a tranqüilidade observada no dia da votação.
O prelado fala também sobre os
desafios que o país deve enfrentar no futuro e comenta o papel da Igreja no trabalho
de reconstrução de uma sociedade destruída pelo regime de Saddam Hussein e pela guerra.
"A
população foi votar em massa, como se fosse a uma festa popular, e todos os grupos
_ inclusive os sunitas, que votaram pela primeira vez _ estão conscientes de que participam
de uma fase política em que devem dialogar para abandonar a violência. Creio que haja
razões para se ter esperanças, embora ainda seja necessário mais tempo para a formação
do diálogo e da cultura _ disse o Bispo. "Aqui, tudo isso sumiu durante a guerra e,
antes, nos 35 anos do regime de Saddam Hussein. Hoje, há tanta liberdade que o povo
não sabe como utilizá-la" _ diz Dom Sako.
O Bispo de Kirkuk destacou ainda
que o Iraque tem necessidade de uma reconstrução moral. E esse processo deve envolver
as escolas, a imprensa e as Igrejas. O papel da Igreja Católica _ na opinião dele
_ é o de levar esperança e estimular a convivência pacífica entre as diferentes culturas
do país.
"A Igreja Católica é a única instituição que pode dizer uma palavra
de esperança e de paz, para ajudar a população a fazer o bem, a fazer aquilo que é
positivo para a colaboração entre todos os grupos. E, assim, a Igreja pode dar um
impulso à convivência entre cristãos, muçulmanos, árabes, sunitas e xiitas, porque
somos todos conterrâneos e pessoas. Podemos ser uma esperança, uma forma de olhar
o futuro e dizer basta com a violência, com o mal, com tudo o que é ruim" _ afirmou
o prelado. (RW)