Angola continua a ser um dos piores países para ser criança
O dado consta no relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),
intitulado "A situação mundial da infância 2006: Excluídas e invisíveis", divulgado
ontem. Segundo esta agência das Nações Unidas, a taxa de mortalidade de menores de
cinco anos em Angola é a segunda mais elevada do mundo entre menores de cinco anos.
«Só em 2004, morreram em Angola 195.000 crianças com menos de cinco anos», observa,
frisando que este indicador mantém-se nos níveis de 1990 (260 por cada mil). Registo
de nascimento O relatório assinala que um quinto das crianças angolanas (22
%) estão envolvidas no trabalho infantil e apenas um terço (19 %) possuem registo
de nascimento, factores que as torna «virtualmente invisíveis para a sociedade. A
esperança média de vida é também mais reduzida em Angola (41 anos) do que nos restantes
países africanos, muito distante de Cabo Verde com 71 anos. A esperança média de vida
na África subsaariana é de 46 anos, contra os 67 a nível mundial Para a UNICEF, «centenas
de milhões de crianças de todo o mundo são vítimas de graves formas de exploração
e discriminação, encontrando-se virtualmente invisíveis para a sociedade». «Se não
lhes for prestada maior atenção, milhões de crianças continuarão esquecidas, prisioneiras
de uma infância em que impera o abandono e os maus tratos, o que pode ter consequências
devastadoras para o seu bem-estar a longo prazo e para o desenvolvimento dos países
onde vivem», sublinha a agência internacional. Em síntese, alerta que a pobreza, a
governação fraca, os conflitos armados e o HIV/SIDA são as principais causas de exclusão
das crianças no mundo». ( Jornal Apostolado)