NA AUDIÊNCIA GERAL, BENTO XVI EXORTA O HOMEM A TER CONFIANÇA "EM DEUS QUE NÃO O ABANDONA"
Cidade do Vaticano, 14 dez (RV) - Deus permanece sempre ao lado do homem, até
no momento extremo da morte. Foi o ensinamento de Bento XVI, na Audiência Geral desta
manhã, falando aos milhares de fiéis e peregrinos, reunidos na Praça São Pedro.
O
Papa explicou aos presentes o Salmo 138, que celebra "a onisciência e a onipotência
de Deus no espaço e no tempo". Uma ligação única da qual "não se pode subtrair". É
isso que une Deus ao homem, à sua criatura. Do primeiro ao último respiro Deus "jamais
abandona o homem". A sua "bondade" permanece a seu lado, mesmo nas "noites mais obscuras"
da vida.
Não é a primeira vez que os Salmos da Liturgia das Vésperas _ que
vêm sendo, há semanas, ponto de partida para a catequese de Bento XVI _ induzem o
Papa a enfatizar essa verdade da fé cristã. E o Salmo 138, que canta _ explicou o
Pontífice _ a "onisciência de Deus e a sua onipresença no espaço e no tempo" dá um
ulterior elemento de reflexão.
"A meditação do Salmista _ observou Bento XVI
_ busca, sobretudo, penetrar no mistério do Deus transcendente e, ao mesmo tempo,
próximo a nós. A substância da mensagem é linear."
"Deus sabe tudo e se faz
presente junto à sua criatura, que não pode subtrair-se a Ele. A sua presença, porém,
não é uma presença opressora e de inspeção; é claro, o seu olhar é também um olhar
severo em relação ao mal diante do qual não é indiferente. Todavia o elemento fundamental
é o de uma presença salvífica, capaz de abarcar todo o ser e toda a história."
O
homem que pretendesse subtrair-se da presença divina seria um iludido, prosseguiu
o Papa. "Todo âmbito do espaço, até mesmo o mais secreto, contém uma presença ativa
de Deus."
"A sua mão está sempre pronta para segurar a nossa, para guiar-nos
no nosso itinerário terreno. Portanto, é uma proximidade não de juízo que incute terror,
mas de ajuda e de libertação."
Por isso, comentou logo em seguida o Papa, o
homem, como um filho, pode abandonar-se ao Pai com plena confiança. "Desse modo _
precisou o Papa _ podemos entender que o conteúdo essencial desse Salmo é um canto
de confiança. Deus está sempre conosco. Mesmo nas noites mais obscuras da nossa vida,
não nos abandona, mesmo nos momentos mais difíceis da vida permanece presente. E também
na última noite, na última solidão, na qual ninguém pode acompanhar-nos, na noite
da morte, o Senhor não nos abandona, mas nos acompanha. Por isso, nós, cristãos, podemos
estar confiantes: jamais seremos deixados sozinhos. A bondade de Deus não nos abandona."
(RL)