Na mensagem para o dia mundial da paz 2006 Bento XVI condena o terrorismo e o fundamentalismo
afirmando que o terrorismo é um crime contra a paz. O Papa lança um apelo ao desarmamento
para ajudar o desenvolvimento dos paises pobres
Nesta terça feira na Sala de Imprensa da Santa Sé foi apresentada aos profissionais
da informação a mensagem de Bento XVI para o dia mundial da paz 2006 sobre o tema,
“na verdade a paz”. Não obstante alguns sinais de esperança, o mundo ainda está
longe da verdade da paz, ameaçada pela mentira, pelo terrorismo filho do niilismo
e fundamentalismo, pelas descriminações, pela violência, pelas demasiadas armas, especialmente
aquelas nucleares, em circulação. Por isso o Papa confirma a firme vontade da Igreja
Católica de trabalhar pela paz e pede por isso a colaboração de todos os cristãos,
das outras religiões e dos homens de boa vontade. O Papa confirma vontade firme
da Santa Sé de continuar a servir a causa da paz pedindo ao mundo que trave as mentiras
que como nos ensinaram as ideologias do século passado levam ás supressões e ao extermínio
.Em relação á mentira e ao drama do pecado o Papa afirma: “Basta pensar naquilo que
aconteceu no século passado, quando aberrantes sistemas ideológicos e políticos mistificaram
de forma programada a verdade, levando à exploração e à supressão de um número impressionante
de homens e mulheres, exterminando mesmo famílias e comunidades inteiras”.A verdade
da paz continua a ser comprometida e negada de maneira dramática pelo terrorismo que
é capaz de manter o mundo em estado de ânsia e insegurança. Os terroristas são inspirados
por um niilismo trágico ao lado do qual se encontra um fanatismo religioso, um fundamentalismo
que pode inspirar e alimentar propósitos e gestos terroristas. Por um ladoo
niilismo nega a existência e providencial presença de Deus na história; o fundamentalismo
fanático desfigura o seu rosto amoroso e misericordioso, substituindo-O por ídolos
feitos à própria imagem. O Papa salienta depois quenuma guerra nuclear,
não haveria realmente vencedores, mas apenas vítimas. A verdade da paz requer que
todos — tanto os governos que de forma explícita ou tácita possuem armas nucleares,
como os que pretendem consegui-las — invertam conjuntamente a marcha mediante opções
claras e decididas, orientando-se para um progressivo e concordado desarmamento nuclear.
Os recursos assim poupados poderão ser destinados para projectos de desenvolvimento
em benefício de todos os habitantes e, em primeiro lugar, dos mais pobres. A Santa
Sé confirma a própria confiança na ONU desejandouma renovação institucional
e operativa que a ponha em condições de responder às novas exigências da época actual,
marcada pelo vasto fenómeno da globalização. Bento XVI regista com prazer
na sua mensagem prometedores sinais no caminho da construção da paz, em particularpara as aflitas populações da Palestina, a Terra de Jesus, e para os habitantes
de algumas regiões da África e da Ásia, que há vários anos esperam a conclusão positiva
dos percursos iniciados de pacificação e reconciliação. São sinais consoladores que
requerem, para ser confirmados e consolidados, uma acção concorde e diligente por
parte sobretudo da Comunidade Internacional e dos seus Órgãos instituídos para prevenir
os conflitos e dar solução pacífica aos que ainda perduram. A concluir a sua mensagem
o Papa admoesta as autoridades que, em vez de realizarem quanto está ao seu alcance
para promoverem eficazmente a paz, fomentam nos cidadãos sentimentos de hostilidade
contra outras nações, assumindo uma gravíssima responsabilidade: colocam em perigo,
em regiões de alto risco, os delicados equilíbrios alcançados à custa de árduas negociações,
contribuindo assim para tornar mais inseguro e nebuloso o futuro da humanidade.(ver
texto integral em "documentos")