2005-12-10 18:39:01

SEGUNDO DIA DO JULGAMENTO DOS ACUSADOS DE MATAR IR. DOROTHY


Belém, 10 dez (RV) - O julgamento dos acusados de executar a missionária Dorothy Stang foi retomado às 10 horas da manhã de hoje, entrando no segundo e último dia, justamente quando se comemora o Dia Mundial dos Direitos Humanos. A religiosa norte-americana naturalizada brasileira foi assassinada a tiros no município de Anapu, no Pará. Dos cinco acusados de envolvimento no crime, estão em julgamento Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista, que confessaram o assassinato.

O julgamento está sendo acompanhado por movimentos sociais, pela representante especial do Secretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, a paquistanesa Hina Jilani, além do ministro interino da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Mario Mamede.

Para não prolongar o julgamento, a promotoria decidiu não usar os autos e utilizou recursos audiovisuais, como as gravações feitas pela polícia, que mostram a reconstituição do crime, e as entrevistas feitas com os acusados logo após o assassinato.

No dia de ontem a promotoria pediu a punição máxima para os acusados, que é de 30 anos, por homicídio duplamente qualificado _ crime de encomenda e sem chance de defesa. Já os advogados de defesa apelam para o crime comum, cuja pena máxima é de sete a dez anos de prisão.

Na lista dos marcados para morrer no Pará, um dos lutadores pela reforma agrária no Brasil, Frei Henri Des Rosiers, advogado e coordenador da Comissão Pastoral da Terra, acredita que os acusados deixarão o Tribunal do Júri condenados pela morte da missionária. Sempre acompanhado de um policial militar do Estado que lhe dá segurança, ele esteve na abertura dos trabalhos e declarou: "Não é admissível que por uma causa justa, que é a reforma agrária, muitos de nós morramos sem que se faça justiça. A impunidade deve ter um ponto final, e esse julgamento ajudará nesse sentido".

O Greenpeace e outras 23 organizações da sociedade civil entregaram, no primeiro dia do julgamento, uma carta endereçada à Comissão de Direitos Humanos da ONU pedindo providências em relação à sistemática violação dos direitos humanos no estado do Pará. (JK)







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