2005-12-09 16:38:28

Desafios para a Igreja em Portugal


O diálogo ecuménico e inter-religioso, a relação com o Estado laico e o reforço da acção sócio-caritativa são, segundo D. Eurico Dias Nogueira, os grandes desafios que a Igreja Católica portuguesa deve enfrentar, para continuar a ser fiel ao espírito do II Concílio do Vaticano.

No âmbito do 40.º aniversário do encerramento do maior acontecimento eclesial do século passado, o Arcebispo emérito de Braga disse ao Diário do Minho que «o diálogo com os cristãos não católicos e inter-religioso deve estar, de forma permanente, na agenda da Igreja». «O movimento ecuménico é imparável e tenho pena que não avance mais rapidamente. Mas há que ter em conta a lenta evolução das mentalidades. O diálogo não acontece por decreto», explicou o ex-titular da cátedra arquidiocesana, que participou na terceira e quarta sessões conciliares e na respectiva cerimónia de encerramento, que decorreu na Praça de São Pedro.

Ao invés, o prelado bracarense lamentou «o afastamento por parte de muitos políticos e intelectuais de raiz cristã da perspectiva doutrinária da Igreja. Em determinadas figuras públicas existem preconceitos em relação à Igreja e alguns procuram mesmo reduzir a sua acção à sacristia. Uma coisa é não existir uma religião oficial, mas outra é haver um ataque permanente a todas as manifestações religiosas. Não se pode aceitar esta atitude». Por outro lado, D. Eurico Dias Nogueira acabou por defender um maior envolvimento das instituições sócio-caritativas «nas grandes problemáticas, tal como a fome, doenças e desigualdades económico-sociais», já que, «em Portugal, mais de metade das obras de assistência social pertencem ou estão ligadas à Igreja Católica».







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