GOVERNANTES DAS NAÇÕES DEVEM COLOCAR-SE DO LADO DOS POBRES E DOS FRACOS: FOI A EXORTAÇÃO
DO PAPA NA AUDIÊNCIA GERAL DE HOJE
Cidade do Vaticano, 07 dez (RV) - A opção pelos pobres, hoje como ontem, é
um dever para quem governa um Estado. É um dos trechos mais significativos da catequese
de Bento XVI, na Audiência Geral desta manhã. Milhares de fiéis e peregrinos encontravam-se
reunidos na Praça São Pedro, sob um sol radiante que finalmente concedeu uma trégua
ao mau tempo dos dias passados. No momento das saudações o Papa falou também da vocação
ao sacerdócio.
Deus escolhe colocar-se da parte dos pobres e dos últimos da
Terra; quem governa as nações que faça o mesmo. Das estrofes do Salmo 137, Bento XVI
extraiu uma advertência que dirigiu aos responsáveis pela coisa pública nos dias de
hoje, assim como séculos atrás o salmista havia feito com os reis e os potentes de
seu tempo.
Dessa composição sacra, que faz parte da Liturgia das Vésperas,
o Papa ressaltou também a misericórdia e a bondade que inspiram os sentimentos do
Criador para com o homem.
Conceitos comuns a outros salmos de "louvor e de
agradecimento", como o Salmo 137, sobre os quais Bento XVI retornou com insistência.
Deus _ afirmou ele _ "desfaz as hesitações e os medos" da humanidade, "faz florescer
fortaleza e confiança". Mas, sobretudo, reaviva o espírito dos humildes e reanima
o coração dos oprimidos.
"Portanto, Deus faz a opção de posicionar-se em defesa
dos pobres, das vítimas e dos últimos: isso é notável a todos os reis, a fim de que
saibam qual deve ser a sua opção no governo das nações."
O Papa definiu a advertência
do salmista como "um chamado em causa de alcance mundial, aos responsáveis pelas nações",
especificando de improviso: "Não somente daquele tempo, mas de todos os tempos."
Falando
da confiança professada e depositada pelo salmista em Deus, o Pontífice exortou: "Também
nós vivemos nessa certeza da bondade de Deus".
"Devemos estar certos de que,
por mais que sejam duras e tempestuosas as provas que nos aguardam, jamais seremos
abandonados a nós mesmos, jamais cairemos fora das mãos do Senhor, aquelas mãos que
nos criaram e que ora nos acompanham no itinerário da vida. Como confessará São Paulo,
"Aquele que começou em vós a boa obra, a completará"."
Concluindo, Bento XVI
reiterou que a onipotência de Deus é uma força exclusivamente de amor. "Este é o último
motivo da nossa confiança: que Deus tem a potência da misericórdia e usa a sua potência
para a misericórdia."
Na vigília da solenidade da Imaculada Conceição, dia
em que o Papa celebrará os 40 anos da conclusão do Vaticano II, Bento XVI, recorreu
a um dos decretos conciliares _ o "Presbyterorum ordinis", para falar do sacerdócio.
Aos
participantes, nestes dias, de um Simpósio sobre o decreto conciliar, o Pontífice
disse considerar o "Presbyterorum ordinis" uma "etapa de importância fundamental na
vida da Igreja, no que concerne à reflexão sobre a natureza e sobre as características
do sacerdócio ministerial".
À imagem de Cristo "e a seu serviço _ acrescentou
_ os sacerdotes devem doar sua vida à glória de Deus e à salvação das almas". (RL)