Conferência islâmica inaugurada em Meca, com condenação do extremismo islamita
Os dirigentes dos 57 países membros da Organização da Conferência Islâmica
(OCI), que se reúnem hoje e quinta-feira na Arábia Saudita, querem melhorar a imagem
do Islão no mundo afectada pelo terrorismo. De acordo com o ministro dos Negócios
Estrangeiros saudita, o objectivo desta cimeira extraordinária é “melhorar a imagem
do Islão afectada pelos atentados terroristas cometidos em nome desta religião justa”.
O rei Abdallah da Arábia Saudita apelou aos muçulmanos para valorizarem "a moderação"
e condenou vivamente o extremismo islamita, na abertura da cimeira islâmica extraordinária
que está a decorrer em Meca. "A unidade islâmica não se pode fazer pelo derramamento
de sangue, como pretendem os desviados", termo utilizado para designar os extremistas
islamitas, mas "pela moderação", afirmou o soberano saudita. Dois documentos serão
submetidos à apreciação dos intervenientes durante a cimeira: um relatório elaborado
pelo Comité de Altas Personalidades Islâmicas criado em 2003 e outro relatório da
reunião dos ulemas e intelectuais muçulmanos que teve lugar em Meca, em Setembro.
Ambos os relatórios estabelecem as bases de uma “linha de conduta islâmica moderada
e clara para fazer face ao extremismo no e contra o Islão”. A cimeira irá publicar
dois documentos: a «Declaração de Meca» com os «princípios da verdadeira visão comum
de um Islão moderado» e um «Programa de Acção para Modernizar a OCI», cuja designação
deverá mudar depois da cimeira, transformando-se em Organização dos Países Islâmicos.
A cimeira de Meca “examinará duas questões: os desafios que o mundo islâmico deve
enfrentar no século XXI e a questão palestiniana”.