2005-12-03 19:05:18

OS LEIGOS CRISTÃOS DEVEM TESTEMUNHAR PUBLICAMENTE OS VALORES CRISTÃOS: AUDIÊNCIA DO PAPA AOS BISPOS POLONESES


Cidade do Vaticano, 03 dez (RV) - A Igreja Católica não se identifica com nenhum partido, mas são os cristãos que devem defender corajosamente os valores cristãos no mundo da política e no mundo da mídia. Bento XVI concluiu desse modo o discurso aos cerca de 40 bispos poloneses em visita "ad Limina", recebidos esta manhã no Vaticano.

Foi afetuosa e comovente a saudação dirigida ao Papa pelo Arcebispo de Cracóvia, Dom Stanislaw Dziwisz, que recordou o papel de relevo desempenhado pelo então Cardeal Ratzinger ao lado de JPII. "Queremos dizer-lhe obrigado pela sua discreta, competente e fiel colaboração" em todo o desenvolver-se do pontificado do Papa Wojtyla. Um obrigado pela "delicadeza" com a qual acompanhou seus últimos dias, pelo modo como continua a recordar seus ensinamentos e por ter abreviado o tempo para o início do processo de beatificação.

Na audiência concedida ao segundo grupo de prelados poloneses, o Papa enfrentou o cerne de seu discurso, a urgência da nova evangelização para a Igreja na Polônia, citando aquilo que JPII disse em 1979, durante a sua primeira viagem à Pátria: "Evangelizar novamente o segundo milênio _ mas isso vale também para o atual _ é uma tarefa comum de clero, religiosos e leigos, que devem recorrer ao Concílio Vaticano II".

O exemplo do Bispo, observou o Papa, é extremamente importante: não se trata somente de um estilo de vida inacessível, mas também da cuidadosa solicitude a fim de que as virtudes cristãs, das quais escreveu JPII, penetrem profundamente na alma dos sacerdotes em sua diocese: "Por isso, o Bispo deveria dar atenção particular à qualidade da formação no seminário. É preciso considerar não somente a preparação intelectual dos futuros sacerdotes, mas também a sua formação espiritual e emotiva (…) Recentemente foi publicado o documento da Congregação para a Educação Católica em relação à admissão dos candidatos às Ordens sacras. Peço a vocês, caros Irmãos, que coloquem em prática o que nele está escrito".

Por fim, o Papa falou dos leigos. O seu testemunho, disse, se torna particularmente eloqüente e eficaz num momento no qual "a cultura européia dá a impressão de uma 'apostasia silenciosa' por parte do homem saciado, que vive como se Deus não existisse". Pelo contrário, cabe ao leigo agir pela "renovação da sociedade", naqueles contextos civis exclusos ao sacerdote: "A Igreja não se identifica com nenhum partido, com nenhuma comunidade política nem com um sistema político, ao invés, recorda que os leigos comprometidos na vida política devem dar um corajoso e legível testemunho dos valores cristãos, que devem ser afirmados e defendidos caso sejam ameaçados. E deverão fazê-lo publicamente, quer nos debates de caráter político, quer nos meios de comunicação social". (RL)








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