CARDEAL MARTINO APRESENTA EM MOSCOU O COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Moscou, 02 dez (RV) - O Compêndio da Doutrina Social da Igreja, publicado no
ano passado pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, e Os Fundamentos da Concepção
Social, documento aprovado pelo Concílio dos Bispos da Igreja Ortodoxa Russa em agosto
de 2001, têm um horizonte comum, constituído, sobretudo, pela idéia de que o ensinamento
social e a presença ativa na história a serviço do homem pertencem à própria natureza
da Igreja.
Esta foi a declaração feita ontem à tarde, quinta-feira, em Moscou,
pelo Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Renato Raffaele
Martino, acrescentando que "a integralidade da mensagem de salvação de Cristo e o
serviço da Igreja ao mundo para a plena libertação humana, na história e para além
da história, são perspectivas comuns a ambos os documentos".
O Cardeal _ que
apresentou o Compêndio na Casa da Cultura na capital russa no âmbito da Exposição
do livro cultural russo _ ressaltou que, nos dois textos, se podem também identificar
os temas sociais emergentes no futuro próximo para o diálogo e a colaboração entre
Igreja católica e Igreja ortodoxa russa: os temas dos direitos humanos, da democracia,
da dignidade e promoção do trabalho, o tema da tutela do ambiente e, sobretudo, o
tema da paz.
Traçando as linhas principais do Compêndio, definido "um manifesto
para realizar um novo humanismo integral, solidário e aberto à transcendência", o
Cardeal Martino ressaltou a necessidade de redescobrir o bem comum, entendido como
a dimensão social e comunitária do bem moral, e a inseparável relação da economia
com a ética, uma vez que ambas encontram seu fundamento e a sua razão de ser no homem.
O
presidente de Justiça e Paz evidenciou também que a democracia, segundo o Compêndio,
é o sistema que, melhor que os outros, favorece a participação e, portanto, a solidariedade
recíproca e a colaboração, mas a própria democracia deve ser entendida não somente
como liberdade política e eleitoral, mas também e, sobretudo, como tutela e desenvolvimento
da pessoa. (RL)