Cidade do Vaticano, 1º dez (RV) - Será publicado "em tempo razoavelmente breve"
o documento do Vaticano sobre a situação das crianças que morrem sem o batismo. Foi
o que anunciou o Arcebispo Dom William Joseph Levada, Prefeito da Congregação para
a Doutrina da Fé e novo Presidente da Comissão teológica internacional, que hoje foi
recebida em audiência pelo Papa Bento XVI. A referida Comissão está realizando sua
sessão plenária anual, que deve se concluir amanhã, sexta-feira.
Dom Levada,
em sua primeira intervenção pública como "sucessor" de Ratzinger à frente do ex-Santo
Ofício, recordou que o tema das "crianças que morrem sem o batismo" vem ocupando os
trabalhos da Comissão durante esses dias. O Arcebispo recorda que se trata de um tema
complexo do ponto de vista teológico, já que hoje não "existe" mais o "limbo" que,
por séculos, era destinado às crianças não-batizadas.
"A discussão se realiza
a propósito de um projeto de texto sobre a sorte das crianças que morrem sem o batismo.
Neste tempo de relativismo cultural e de pluralismo religioso _ disse o Arcebispo
_ o número de crianças não-batizadas aumenta consideravelmente. Nesta situação, os
caminhos para se chegar à salvação aparecem sempre mais complexos e problemáticos."
Segundo
o Arcebispo Levada, a Igreja "não pode deixar de refletir sobre a sorte de todos os
homens criados à imagem de Deus e, de modo particular, dos mais fracos e daqueles
que ainda não estão em posse do uso da razão e da liberdade. Pode-se esperar que num
tempo razoavelmente breve o estudo empreendido pela Comissão Teológica tenha um resultado
positivo também em vista da eventual publicação de um Documento sobre este assunto".
O
Presidente da Comissão acenou ainda para as relações entre lei moral natural e defesa
internacional dos direitos da pessoa humana: "Parece urgente apresentar as razões
e os fundamentos da lei moral natural, objetiva, universal, de origem divina, de modo
construtivo e eficaz para o contexto cultural atual. Segundo estas precisas indicações,
a Comissão Teológica Internacional deve seguir fazendo seus estudos". (MZ)