2005-11-30 16:49:13

BENTO XVI CONCEDE INDULGÊNCIA PLENÁRIA NOS 40 ANOS DO CONCÍLIO VATICANO II


Cidade do Vaticano, 29 nov (RV) - No dia 8 de dezembro de 1965, Paulo VI encerrava, solenemente, o Concílio Ecumênico Vaticano II, inaugurado no dia 11 de outubro de 1962, pelo bem-aventurado Papa João XXIII. Quarenta anos depois, Bento XVI decide dar relevo a esse aniversário, que cai na festa da Imaculada Conceição, concedendo aos fiéis o dom da Indulgência plenária.

A decisão do Papa está contida no decreto da Penitenciaria Apostólica, assinado pelo Penitencieiro-mor, o Cardeal James Francis Stafford, e divulgado nesta terça-feira.

A indulgência plenária como meio para ser "fortalecidos na fé", unidos com "maior dedicação a Cristo", capazes de amor aos irmãos "com mais fervorosa caridade": são os votos de Bento XVI, que acompanham a indulgência plenária para a próxima festa da Imaculada.

A celebração dos 40 anos da conclusão do Concílio Vaticano II é um evento que dá maior significado à solenidade de 8 de dezembro, dia no qual o Papa irá à Praça de Espanha, no centro de Roma, para a tradicional homenagem à imagem da Virgem Maria.

A indulgência plenária será alcançada por aqueles que cumprirem os tradicionais requisitos da confissão, da comunhão e das preces segundo as intenções do Papa.

Neste caso, será concedida aos que participarem de um rito sagrado em homenagem a Nossa Senhora ou, pelo menos, oferecerem algum testemunho de devoção mariana perante uma imagem da Imaculada.

Os fiéis que, por razões de doença ou outras causas justas, não puderem fazê-lo também poderão obter a indulgência plenária em sua casa ou onde estiverem se, além de ter a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições, se unirem interiormente a um rito de homenagem a Maria, recitando o pai-nosso, o credo e uma devota invocação a Jesus.

A indulgência é a redução ou eliminação das penas que derivam do fato de se ter cometido pecado e que pode ser obtida em determinadas condições, se o fiel estiver em estado de graça, segundo o "Enchiridion Indulgentiarum", manual das indulgências.

As indulgências foram concedidas pela primeira vez em 1091. Permitiam o perdão dos pecados para aqueles que fizessem obras públicas, como a construção de igrejas.

Os papas Alexandre II e Urbano II a ofereceram a todos aqueles que participavam das cruzadas. Bonifácio VIII, papa que convocou o primeiro jubileu, em 1300, as relacionou a esse ano santo.

O desvio do uso comercial das indulgências revoltou Lutero. Era o ano 1517, e o começo da reforma luterana: o protestantismo.

A Penitenciaria da Cúria Romana afirmou, após a revisão do "Enchiridion Indulgentiarum", que o propósito da indulgência não é apenas ajudar os fiéis a diminuir as penas do pecado, mas levá-los a realizar ações de piedade, penitência e caridade.

Para obter uma indulgência, todos os pecados precisam ser confessados, o fiel deve ter comungado e rezado, "e, sobretudo, ter o coração livre, já que se houver pecado, mesmo venial, não pode haver indulgência plenária", segundo o manual.

O manual também prevê a concessão de indulgências parciais àqueles que, ao cumprir com seu dever e suportar as adversidades da vida, se dirigem com humildade a Deus, mesmo que seja com uma simples prece.

Também àqueles que, com fé e misericórdia, põem seus bens e si mesmos a serviço dos necessitados e àqueles que, com espírito de penitência, se privam espontaneamente e com sacrifício, de algo lícito como, por exemplo, o fumante empedernido que deixa de fumar vários dias, ou aqueles que, habituados a beber diariamente uma taça de vinho, evitam fazê-lo durante semanas.

O manual das indulgências diz ainda que podem obtê-las aqueles que dêem testemunho público de sua fé em determinados momentos da vida diária, participando dos sacramentos e anunciando, com palavras e obras, a salvação cristã àqueles que não acreditam nela.

Na conclusão, o decreto da Penitenciaria Apostólica informa que a concessão da indulgência plenária terá valor somente no dia 8 de dezembro. (RL/AF)







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