2005-11-30 20:01:53

AUDIÊNCIA GERAL: BENTO XVI DEFINE A SHOAH COMO "VERGONHA DO SÉCULO XX" E FAZ APELO EM FAVOR DA LUTA CONTRA A AIDS


Cidade do Vaticano, 30 nov (RV) - A "shoah" como uma vergonha indelével para a humanidade. A AIDS, uma chaga alarmante que deve ser combatida e derrotada.

A Audiência Geral de hoje foi marcada por fortes afirmações, feitas aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos, esta manhã, na Praça São Pedro, apesar do tempo inclemente que há dias atinge a capital italiana, com muita chuva e frio.

O Papa dirigiu também um afetuoso pensamento a todos os detentos e expressou seu reconhecimento pelo trabalho feito pelos capelães nos cárceres.

A terrível história do "holocausto" está representada nas entrelinhas de um salmo antigo, que tem mais de dois mil anos. Bento XVI fez um paralelo entre o salmo 136, objeto de sua catequese de hoje, e os "campos de Babilônia" da deportação que os judeus sofreram no ano 586 a.C. O elo de ligação com que o Papa uniu os dois momentos dramáticos do povo eleito _ distantes no tempo, mas igualmente dolorosos _ chamou a atenção dos presentes na Audiência, pela força de sua condenação.

"É quase a antecipação simbólica dos campos de extermínio aos quais o povo judeu _ no século que há pouco deixamos para trás _ foi enviado, no contexto de uma infame operação de morte, que ficou como uma vergonha indelével na história da humanidade" _ disse Bento XVI.

O salmo _ observou o Pontífice _ é um "canto de dor", do qual transparece "uma grande nostalgia por aquilo que se perdeu". Por outro lado _ acrescentou _ o salmo 136 é também um canto que "expressa bem os sentimentos de esperança e de expectativa da salvação com as quais iniciamos o nosso caminho do Advento".

Bento XVI citou as palavras sempre atuais de Santo Agostinho quando fala daqueles que "embora não partilhando a fé bíblica", se comprometem "pela paz e pelo bem-estar". Também esses _ explicou o Papa _ Deus premiará "por sua consciência pura". "Também entre eles _ prosseguiu o Santo Padre _ se encontram pessoas com essa centelha. Com uma espécie de fé, de esperança, estão realmente rumo àquela verdadeira Jerusalém, rumo a Cristo (…) Com essa abertura, Santo Agostinho adverte também a nós, para que não nos fixemos nas coisas materiais do momento presente, mas que nos coloquemos a caminho rumo a Deus. E somente com essa esperança maior podemos, de modo justo, transformar este mundo."

Antes de concluir, Bento XVI reservou um espaço especial para a terrível chaga do vírus AIDS/HIV que _ reconheceu com preocupação _ apresenta "cifras alarmantes": "Seguindo de perto o exemplo de Cristo, a Igreja sempre considerou a assistência aos enfermos como parte integrante de sua missão. Portanto, encorajo as muitas iniciativas promovidas para debelar essa doença, de modo especial, as iniciativas das comunidades eclesiais, e me sinto próximo aos doentes de AIDS e às suas família, invocando para eles a ajuda e o conforto do Senhor." (RL)







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