2005-11-29 18:58:23

RABINO PEDE AO MUNDO ISLÂMICO MOBILIZAÇÃO CONTRA O TERRORISMO


Madri, 29 nov (RV) - O Rabino norte-americano, Arthur Schneier, de Nova York, pediu hoje à "maioria silenciosa" do mundo islâmico, que se mobilize contra o terrorismo, e disse que as recentes manifestações do povo jordaniano após os atentados de Amã constituem um ponto de partida nesse sentido.


Vienense de nascimento, Schneier, que sofreu na pele as ações do nazismo e já foi mediador entre líderes políticos e religiosos, ressaltou que, após o ataque terrorista em Amã, "o povo jordaniano, pela primeira vez, se manifestou e disse "basta!"" _ um gesto que ele espera que seja a prova do surgimento de um grande movimento muçulmano de repúdio ao terrorismo.



O líder judeu afirmou que um dos objetivos da Aliança das Civilizações, cujas propostas o Grupo de Alto Nível da ONU _ do qual ele faz parte _ começou a desenvolver em Maiorca, é "dar energia" a essa "grande maioria" de fiéis muçulmanos que rejeitam a violência perpetrada por radicais que dizem praticá-la em nome da religião.


Para isso, Schneier se mostrou partidário de se deixar de lado a idéia de que existe um conflito de civilizações, como se o confronto fosse inerente à relação de Oriente e Ocidente. Além disso, defendeu também que se descarte o conceito de "tolerância" entendido como a condescendência de uns em relação a outros.


Como exemplo desse último conceito, Schneier assinalou que, na Espanha do generalíssimo Francisco Franco, o Catolicismo era a crença oficial, enquanto se tolerava a prática de outras religiões, mas a chegada da democracia implicou a instauração de uma verdadeira liberdade religiosa baseada na "aceitação mútua".


Tal aceitação, disse, tem de ser aplicada também no Ocidente para superar o temor dos árabes difundido por causa da série de atentados iniciada em 2001, com o ataque contra as Torres Gêmeas do WTC, de Nova York. Dessa forma, segundo ele, se poderá evitar a consolidação de um movimento antimuçulmano, que o rabino comparou com o anti-semitismo nazista, do qual ele mesmo foi vítima.


A "islamofobia" está mais disseminada na Europa do que nos Estados Unidos, onde, na opinião do rabino, a população de cultura muçulmana está mais integrada. (AF)







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