2005-11-26 20:01:14

POLÍCIA OBRIGADA A INTERVIR NO MONTE ATOS PARA RESTABELECER A ORDEM


Atenas, 26 nov (RV) - A polícia grega foi obrigada a intervir nesta sexta-feira, no Mosteiro de Esphigmenou, no Monte Atos _ uma república teocrática protegida pelo governo grego _ para acalmar um violento conflito entre alguns monges greco-ortodoxos "legalistas" e um número reduzido de outros monges ultra-ortodoxos declarados "cismáticos", que ocupam abusivamente o edifício há muito tempo, embora tenham sido reiteradamente "despejados" pelo Patriarcado de Istambul, a máxima autoridade da Igreja Greco-ortodoxa.

Os conflitos, pelo que refere a agência grega de notícias _ ANA _ começaram quando quatro monges "legalistas", chegados ao mosteiro para realizar serviços de manutenção, foram recebidos pelos "cismáticos" com carvão e cinzas, jogados das janelas do andar superior. Após esse incidente, os religiosos passaram às vias de fato e, na confusão que se seguiu, antes que chegasse a polícia para separar os monges, um deles se sentiu mal e desmaiou.

A intervenção da polícia restabeleceu a ordem no mosteiro, mas não conseguiu arrefecer o clima de tensão. O local já foi palco, no passado, de vários episódios de violência. Dois anos atrás, no mês de janeiro, aproximadamente cem monges "cismáticos", guiados por Methodius, entrincheiraram-se no interior do mosteiro, desafiando a ordem de despejo.

Há mais de dez anos, os "cismáticos" se insurgem contra o Patriarcado Ecumênico, que restabeleceu contatos amigáveis com o Vaticano.

Há quase trinta anos o Patriarcado está em conflito com o Mosteiro de Esphigmenou, cujos monges, várias vezes, agrediram o Patriarca.

A aversão dos monges de Esphigmenou teve origem há mais de quarenta anos, quando o Patriarca Atenágoras encontrou-se com Paulo VI, em 1964, em Istambul, um gesto que foi interpretado pelos monges como "traição".

Quando Bartolomeu _ o atual Patriarca _ tomou posse da Igreja Greco-ortodoxa, em 1991, o diálogo com os católicos recebeu novo impulso, com numerosos encontros entre o novo Patriarca e João Paulo II, que realizou também uma histórica visita à Grécia em 2001.

É muito provável que a recente visita de Bartolomeu a Bento XVI, no Vaticano, tenha contribuído para acirrar os ânimos dos "cismáticos". (MZ).







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