PRÊMIOS NOBEL DA PAZ REUNIDOS EM ROMA PEDEM NOVA ORDEM MUNDIAL

Roma, 24 nov (RV) - Mais de 20 Prêmios Nobel da Paz estão participando em Roma, do VI Encontro Mundial dos Prêmios Nobel da Paz. O encontro deste ano é dedicado à emergência no continente africano, onde 400 milhões de pessoas sofrem pela falta de comida e de água, 120 milhões de crianças não vão à escola e seis mil jovens contraem o vírus HIV a cada dia.

O ex-presidente da ex-URSS, Mikhail Gorbatchev, afirmou, no final de sua intervenção desta manhã, que se deve "elaborar uma nova ordem mundial, da qual já falava João Paulo II, para assegurar um mundo mais justo e mais humano". Ele acrescentou que, entre os desafios que se apresentam à humanidade, está a questão da água e a distribuição dos recursos energéticos.

Através uma videoconferência, o ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, falou sobre o grande empenho da África do Sul, para sair da pobreza e para assegurar os dois terços dos governos democráticos do continente. Ele também chamou a atenção para os problemas que assolam o continente, sobretudo a AIDS, definida por ele como "a mais forte emergência, antes mesmo do apartheid".

Já o Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Perez Esquivel, afirmou na sua intervenção, que "o terrorismo de que ninguém fala é o terrorismo econômico". A África _ segundo declarou _ "é um continente rico de recursos, mas alguém leva as riquezas embora" _disse. Perez Esquivel acusou diretamente os Estados Unidos por seu modelo imperialista, e encerrou sua intervenção com dureza: "Não queremos caridade, temos o direito de viver com dignidade e não queremos ser súditos de ninguém!"

Na manhã de hoje foi feita uma homenagem ao físico Joseph Rotblat, Prêmio Nobel da Paz-1995, falecido em agosto último, aos 86 anos de idade, e que realizou uma grande luta contra a proliferação de armas nucleares. Também foi entregue o prêmio "Homem da Paz 2005" ao "rock star" inglês Bob Geldof, organizador de importantes iniciativas humanitárias em favor do continente africano. (JE)