Relatório da FAO: mortalidade infantil associada á fome . Em todo o mundo as vitimas
são seis milhões de crianças.
Mais de 800 milhões de pessoas vivem o drama da fome no mundo, com seis milhões de
crianças mortas por ano na sequência da debilidade do seu sistema imunitário. Num
relatório sobre fome e desnutrição, a FAO aponta caminhos para inverter a tendência
de aumento do problema. Todos os anos, a fome mata seis milhões de crianças em
todo o mundo. Sarampo, diarreia ou malária são só os motivos aparentes deste flagelo.
A subnutrição é a única causa que enfraquece os seus sistemas imunitários, impedindo-os
de combater doenças banais para a maioria dos países desenvolvidos. A denúncia surge
no Relatório sobre a Fome no Mundo da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura (FAO), que, sem surpresas, mostra a África subsariana como a região do
planeta mais afectada. O documento apresentado esta terça feira em Roma, durante
a 33.ª Conferência da FAO revela que 852 milhões de pessoas em todo o mundo sobrevivem
quase sem comida. Daí que, insiste o órgão da ONU, seja fundamental combater o fenómeno
para atingir os objectivos do programa Milénio. E a primeira meta é precisamente reduzir
a pobreza extrema em 50% até 2015.
A FAO insiste no facto de a intervenção
nos meios rurais ser o ponto determinante para ganhar ou perder a luta contra a pobreza.
Nestas zonas, onde vivem três quartos das pessoas com fome, estão os 11 milhões de
crianças que morrem antes de completar cinco anos, 530 mil mulheres que não sobrevivem
à gravidez ou ao parto e 300 milhões de casos de paludismo.
O relatório aponta
a fome e a má nutrição como as causas de mais de metade dos casos da mortalidade infantil
seis milhões. Para acabar com o flagelo, urge "incentivar a produção agrícola através
de investimentos, bom governo, estabilidade política e manutenção da paz interna".
Introduzir uma educação de qualidade para as crianças que vivem no campo e melhorar
as condições da mulher são também decisivos.
As causas e os instrumentos de
combate à pobreza estão identificados, mas isso de pouco valerá se as iniciativas
não forem implementadas urgentemente, alerta a ONU. Contudo, salienta, os esforços
para acabar com a fome "têm diminuído em vez de acelerarem".