O Cardeal Renato Martino pede que a economia tenha presente a solidariedade
A solidariedade não nega as leis económicas, mas as leis económicas para serem verdadeiramente
tais e não leis de rapina, não podem prescindir da solidariedade.
Foi o que afirmou o Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho pontifício Justiça
e Paz, apresentando esta segunda feira na Cidade do México o compendio da doutrina
social da Igreja.
O purpurado falou de uma solidariedade que vem antes dos direitos individuais e os
fundamenta: eles não devem ser vistos como bens subjectivos dos quais gozar privadamente,
mas como valorização de talentos que se devem colocar á disposição para um projecto
comum, assumido como dever.
Se o lucro - disse o Presidente do Conselho Pontificio Justiça e Paz – se torna critério
único do agir económico, cai-se neste eficientismo que esquece os valores. Se o valor
da solidariedade cancela o critério do lucro, acaba por esquecer o concreto das necessidades
e torna-se ineficaz e portanto pouco solidário.