O magistério de João Paulo II sobre a pessoa humana: recordado com apreço pelo seu
sucessor
Recebendo nesta segunda-feira de manhã, no Vaticano, os membros das Academias Pontifícias
de Ciências e de Ciências Sociais, Bento XVI recordou que “no coração da ordem social
está a pessoa humanal”. Esta “realidade antropológica – prosseguiu o Papa – é parte
integrante do pensamento cristão e responde directamente aos esforços para abolir
a fronteira entre Ciências Humanas e Ciências Naturais”:
“Segundo o projecto de Deus, não se pode separar a pessoa das dimensões físicas, psicológicas
ou espirituais da natureza humana”.
“Embora as culturas se modifiquem através dos tempos, teria séria consequências suprimir
ou ignorar a natureza que elas pretendem ‘cultivar’. Os indivíduos encontrarão a sua
plena satisfação quando aceitarem os elementos genuínos da natureza que os constituem
como pessoas”.
O conceito de pessoa humana – sublinhou ainda o Papa – “continua a conduzir a uma
profunda compreensão do carácter único e da dimensão social de cada ser humano; isto
é especialmente verdadeiro no caso das instituições legais e sociais em que é fundamental
a noção de pessoa. E contudo, mesmo quando tal é reconhecido em declarações internacionais
e legais, acontece por vezes que certas culturas – sobretudo se não estão profundamente
tocadas pelo Evangelho – permanecem profundamente influenciadas por ideologias centradas
sobre o grupo e por uma visão individualista e secularista da sociedade”.
Bento XVI – que descerrou uma estátua de João Paulo II, instalada na “Casina Pio IV”
(sede destas Academias Pontifícias, no Vaticano) – recordou a profunda meditação desenvolvida
pelo Papa Wojtyla, em relação à pessoa humana, convidando a retomar os seus textos
que (disse) “representam um património que há que receber, acolher e assimilar cuidadosamente”.
Uma tarefa que as Academias Pontifícias deverão assumir de modo especial.