A epidemia de SIDA continua a alastrar no mundo mas a prevenção começa a dar bons
resultados
A SIDA já matou mais de 25 milhões de pessoas desde que foi assinalada pela primeira
vez em 1981, o que a converte numa das epidemias mais destrutivas de sempre.
Estima-se que 3,1 milhões de pessoas tenham morrido com a doença no ano passado e
outras 4,9 milhões tenham sido infectadas com o vírus, de acordo com o relatório actualizado
deste ano sobre a epidemia de SIDA, publicado pelas Nações Unidas.
Todavia, há pela primeira vez indicações seguras de que os esforços acrescidos dos
últimos cinco anos para combater a doença começaram a ter efeitos na diminuição de
novas infecções, segundo afirmou o responsável pelo programa ONUSIDA, Peter Piot.
Antes, já tinham surgido melhorias em países como o Senegal, Uganda e Tailândia, mas
eram raras as excepções.
"Agora, temos o Quénia, vários países das Caraíbas, o Zimbabué com uma redução", disse
Piot, segundo o qual este último país é o primeiro da África austral a registar melhorias.
A ONUSIDA estima que serão gastos 9 mil milhões de dólares no próximo ano, mas considerava
necessários 15 mil milhões.
Enquanto isto, a epidemia continua a intensificar-se na África austral e está a crescer
no leste da Europa e no centro e leste da Ásia. Há cinco anos, uma em cada 10 novas
infecções surgia na Ásia.
A China, a Papua Nova Guiné e o Vietname estão a registar aumentos significativos,
ao mesmo tempo que há sinais alarmantes no Paquistão e a Indonésia está à beira de
uma epidemia grave.
Em toda a Ásia, refere o documento, a epidemia está a crescer graças ao efeito combinado
do uso de drogas injectáveis e da prostituição, e só um número reduzido de países
está a desenvolver esforços suficientemente sérios para introduzir programas que incidam
nesses comportamentos de risco.
A nível mundial, menos de uma em cinco pessoas em risco de serem infectadas com o
HIV tem acesso a programas básicos de prevenção, enquanto apenas uma em dez já infectadas
fez análises e sabe que o está.