2005-11-18 19:35:14

RECRUDESCIMENTO DO CLIMA DE ATRITO ENTRE IGREJA E ESTADO NA ARGENTINA


Buenos Aires, 18 nov (RV) - O tema dos direitos humanos e da justiça para as vítimas da ditadura _ prioridade absoluta para o Presidente Nestor Kirchner _ volta a ser motivo de contrastes entre o governo e a Igreja Católica que, num documento pastoral, denuncia o "risco de parcialidade" na análise sobre as violências perpetradas na década de 70.

A resposta de Kirchner não se fez esperar. Alguns dias depois, falando a jornalistas, o Presidente afirmou que sobre a pobreza e as violências de 30 anos atrás, "os bispos se enganam". O episódio conquistou as primeiras páginas de todos os jornais argentinos.

Divulgado no último sábado, após uma semana de reuniões, o texto episcopal examina vários aspectos da sociedade argentina, entre os quais o escandaloso aumento das desigualdades na distribuição de rendas, que pode gerar protestos violentos dos setores excluídos do mundo do trabalho.

Em sua reflexão, os bispos não hesitaram em destacar a inesperada questão das violências da década de 70, aludindo a certa parcialidade na interpretação dos fatos da época, segundo a qual, grande parte das violações dos direitos humanos foram cometidas pelos generais golpistas, e muito menos pela guerrilha.

O chefe de Estado, que assumiu a causa dos 30 mil desaparecidos durante a ditadura militar, replicou que "as afirmações da Igreja assemelham-se às de um partido político ligado ao poder temporal". (CM)







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