PAPA PEDE ÀS PONTIFÍCIAS ACADEMIAS QUE PROMOVAM UM AUTÊNTICO HUMANISMO CRISTÃO
Cidade do Vaticano, 17 nov (RV) - Promovam um "autêntico humanismo cristão"
numa cultura profundamente marcada pelo subjetivismo. É a exortação de Bento XVI,
na mensagem enviada ao Cardeal Paul Poupard, Presidente do Pontifício Conselho para
a Cultura, por ocasião da 10ª sessão pública das Pontifícias Academias, que se realizou
nesta terça-feira, no Vaticano.
A sessão foi dedicada al tema "Cristo, Filho
de Deus, homem perfeito, medida do verdadeiro humanismo". O Cardeal Poupard é também
Presidente do Conselho de Coordenação entre as Academias Pontifícias, organismo instituído
dez anos atrás por João Paulo II.
"A cultura atual _ afirma o Papa _ é profundamente
marcada por um subjetivismo que desemboca muitas vezes no individualismo extremo ou
no relativismo e leva os homens a se fazerem medida única de si mesmos, perdendo de
vista outros objetivos que não sejam centrais ao próprio eu, que se tornou único critério
de avaliação quer da realidade, quer das próprias escolhas."
"O homem, desse
modo _ ressalta Bento XVI _ tende a voltar-se cada vez mais para si mesmo, a fechar-se
num microcosmo existencial sufocante, no qual os grandes ideais, abertos à transcendência
e a Deus, não têm mais lugar."
"Ao invés, o homem que supera a si mesmo e não
se deixa fechar no próprio egoísmo _ prossegue o Santo Padre, em sua mensagem _ é
capaz de um olhar autêntico para os outros e para a Criação. Torna-se, assim, consciente
de sua característica essencial de criatura em contínuo formar-se, chamado a um crescimento
harmonioso em todas as suas dimensões, a começar justamente da interioridade, para
alcançar a plena realização daquele projeto que o Criador imprimiu no seu ser mais
profundo."
"São Paulo _ recorda o Papa _ exortava os cristãos a não se comportarem
como pagãos "na vaidade de sua mentalidade, cegos em seus pensamentos, estranhos à
vida de Deus." Pelo contrário, os verdadeiros discípulos do Senhor, "longe de permanecerem
no estado pueril, arrastados de um lado a outro por qualquer vento de doutrina, se
esforçam para chegar ao estado do homem perfeito, na medida em que convém à plena
maturidade de Cristo."
Portanto, Jesus Cristo _ Filho de Deus oferecido pelo
Pai à humanidade para restaurar a imagem da mesma, desfigurada pelo pecado _ é o homem
perfeito, através do qual se mede o verdadeiro humanismo.
É com Jesus Cristo
que todo homem deve confrontar-se. É para Ele que, com a ajuda da graça, o homem deve
tender, com todo o coração, com toda a mente, com todas as forças, para realizar plenamente
a sua existência, para responder com alegria e entusiasmo à altíssima vocação inscrita
em seu coração.
Bento XVI conclui, exortando os acadêmicos a promoverem esse
"novo humanismo", repropondo "a beleza, a bondade e a verdade da face de Cristo, na
qual todo homem é chamado a reconhecer seus traços mais autênticos e originais, o
modelo a ser imitado sempre melhor". Trata-se de uma "árdua tarefa" e de uma "alta
missão": "Indicar Cristo ao homem de hoje, apresentando-O como a verdadeira medida
da maturidade e da plenitude humana." (RL)