Tegucigalpa, 18 nov (RV) - "O país progrediu no que diz respeito à democracia,
mas assistimos hoje a uma violência verbal jamais vista. Ataques e insultos se repetem.
Quem é o responsável por essa estratégia?": foi o que perguntou o Cardeal-arcebispo
de Tegucigalpa, Honduras, Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, a propósito da campanha
para as eleições gerais do próximo dia 27, até agora muito agressiva, mas pobre de
propostas políticas.
O Cardeal Maradiaga exortou os políticos a "duplicar seus
esforços, a fim de que o confronto seja civil".
Nos últimos dias, os jornais
deram amplo espaço ao debate entre os candidatos do Partido Nacional (no governo),
Porfirio Lobo, e seu rival, do Partido Liberal, Manuel Zelaya, assistidos por dois
"conselheiros" norte-americanos.
Zelaya definiu Lobo como um "expoente do governo
corrupto", "depredador de florestas", e "anticristo", por sua intenção de restabelecer
a pena de morte no país. Lobo, por sua vez, rebateu, afirmando que Zelaya não pode
ser presidente porque não possui títulos universitários, nunca trabalhou na terra,
e é demasiadamente próximo à esquerda.
"A violência na linguagem não deve ser
usada porque, depois das eleições, Honduras deve ir para frente, e não cair no ódio
e nas brigas" _ concluiu o Cardeal.
"De fato, nacionalistas e liberais que
se alternam no poder há cerca de um século, ainda não explicaram como irão enfrentar
os problemas de desemprego, pobreza, insegurança e assistência sanitária que afetam
grande parte dos 7 milhões de hondurenhos" _ disse o Cardeal Maradiaga. (CM)