GOVERNO ESPANHOL DECIDIDO A REDUZIR CONTRIBUIÇÃO DOS CONTRIBUINTES À IGREJA
Madri, 16 nov (RV) - Autoridades do governo espanhol anunciaram sua intenção
de reduzir as contribuições que a Igreja Católica recebe, por meio da opção dos cidadãos,
que a ela destinam um percentual de seus impostos.
A Vice-presidenta do governo
espanhol, María Teresa Fernández de la Vega, disse que "se está chegando a um ponto
em que as contribuições à Igreja devem diminuir" porque _ argumentou _ não cumpriram
seu "objetivo de autofinanciamento".
Já o Secretário-geral do Partido Socialista
de Almería, Martín Soler, assinalou que o Executivo provincial do mesmo partido pedirá
ao governo de Zapatero, "que cancele as ajudas econômicas à Igreja Católica", pois
"não queremos que o governo, com dinheiro público _ destacou ele _ financie uma Igreja
que se dedica a perseguir, a fazer política e a não cumprir com o Evangelho".
As
polêmicas declarações foram feitas depois da grande marcha contra o projeto de lei
Orgânica de Educação, que pretende cortar a liberdade dos pais, de decidir sobre a
educação de seus filhos. Essa manifestação contou com o apoio dos bispos e reuniu,
no último sábado, mais de um milhão e meio de pessoas.
O Presidente da Comissão
de Ensino, da Conferência Episcopal Espanhola, Dom Antonio Dourado, Bispo da Málaga,
disse que as palavras da Vice-presidenta Fernández de la Vega são "inoportunas" e
"soam como uma ameaça".
O prelado recordou que "o dinheiro que se oferece à
Conferência Episcopal não vem do governo, mas sim da sociedade, que o destina livremente
à Igreja".
Alguns líderes políticos disseram que apoiarão uma revisão do financiamento
à Igreja através dos impostos dos fiéis, se "num âmbito geral de democracia fiscal",
se fizer o mesmo em relação aos partidos políticos, sindicatos e cinema, que também
são subsidiados. (SP)