Em Portugal,Presidente da Republica defendeu reforço do papel da UNESCO na defesa
da lingua portuguesa
O Presidente da República defendeu esta quarta feira o reforço do papel da UNESCO
na defesa da língua portuguesa, "uma das mais faladas no mundo", mas que "não usufrui
de um estatuto de prestígio correspondente".
Jorge Sampaio falava na sessão de abertura do colóquio "Portugal e a UNESCO: Encontros
e Desencontros", realizado para assinalar a passagem de 60 anos sobre a fundação da
organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura.
O Presidente da República defendeu ainda "uma maior cooperação entre a UNESCO e a
CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) com vista ao desenvolvimento sustentado
da língua portuguesa".
"O espaço da lusofonia, constituído pela CPLP, que agrega oito países membros da UNESCO
(Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau
e Timor-Leste reúne todas as condições para servir de terreno de ensaio a experiências
inovadoras no campo da preservação do multilinguismo", acrescentou.
Segundo Jorge Sampaio, o reforço da defesa e promoção da lusofonia justifica-se porque
esta "tem uma dimensão intercontinental, é de matriz intercultural e portadora de
valores universais".
No seu discurso, o Chefe de Estado destacou ainda, além do multilinguísmo, a importância
de assegurar a educação primária para todos, "ou seja, tornar universal a possibilidade
de saber ler, escrever e contar, como diziam os nossos antepassados".
"O domínio destas competências é hoje praticamente condição de sobrevivência. Não
só porque a iliteracia se tornou num caminho directo da exclusão como é também, particularmente
nas sociedades desenvolvidas, a via de permanência na espiral da pobreza, da doença
e da degradação".