2005-11-16 17:21:36

Rezar para que se torne possível a viagem do Papa a Moscovo: sugere Mons. Lajolo depois da sua visita à capital russa, afirmando que não há obstáculos que possam resistir ao sopro do Espirito.


Uma visita do Papa á Rússia seria certamente um grande encorajamento para os católicos, os quais o esperam e acolheriam com grande entusiasmo. Mas não se pode verificar senão num contexto ecuménico. De facto deveria levar a uma nova, mais positiva fase nas relações entre a Santa Sé e o Patriarcado de Moscovo. Esta a convicção do arcebispo Giovanni Lajolo, secretário Vaticano para as relações com os estados numa entrevista á Rádio Vaticano após a sua viagem recente a Moscovo, sublinhando que com a Federação Russa não existem grandes problemas e que as relações são profíquas.
Havia grande expectativa em relação a esta sua viagem a Moscovo, até para verificar o clima que se respira na Rússia depois da eleição de Bento XVI. Que balanço faz da visita?
Teve também ocasião de se encontrar com a comunidade católica russa, a começar pelo arcebispo Kondrusiewicz. Qual é hoje a situação dos católicos na Federação Russa?
“A comunidade católica na Rússia é reduzida: 600 mil fiéis, dispersos por um território imenso, no meio de uma população de cerca de 144 milhões de habitantes, em grande parte ortodoxos. É uma comunidade pequena em número, mas de profunda fé, convicta, dinâmica. Mas vive confrontada com problemas objectivamente difíceis como a falta de sacerdotes. As relações com os ortodoxos são por vezes complicadas, dadas as diferenças do percurso histórico de cada uma das duas comunidades, e das suas diversas sensibilidades em relação a alguns problemas pastorais concretos. Mas seria também errado esquecer que muitas vezes há também relações positivas. A pequena Igreja católica na Rússia tem necessidade de simpatia, de apoio moral, de socorro e de contactos fraternos frequentes da parte das grandes comunidades católicas de outros países.”
Passemos aos momentos mais significativos da visita. Antes de mais o encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, com o qual assinou um comunicado conjunto. Quais os pontos de convergência com o Kremlim, relativamente à política mundial?
Acha que há razões para esperar uma ulterior melhoria das relações diplomáticas entre Moscovo e a Santa Sé, chegando finalmente ao estabelecimento de relações ao mais alto nível?
Um dos momentos fortes desta viagem, de particular alcance ecuménico, foi o encontro com o Metropolita Kyrill. À luz deste colóquio, como julga o estado actual das relações com o Patriarcado ortodoxo de Moscovo?
"Tenho a convicção, antes de mais, de que o Patriarcado – tal como Santa Sé, deseja que as relações sejam cada vez mais fraternas, abertas, confiantes. Há dificuldades recíprocas objectivas, que requerem um estudo mais aprofundado. A Comissão Mista constituída há tempos para analisar as divergências, deveria ser periodicamente utilizada, com regularidade, e com constância, sem nos deixarmos desanimar por dificuldades ocasionais, aliás inevitáveis. Esta Comissão constitui um instrumento de diálogo que não deixará de dar os seus frutos."
Entrevistado pela agência de notícias russa “Blgovest-Info”, o senhor arcebispo afirmou que uma viagem apostólica do Papa à Rússia “constituiria um acontecimento ecuménico muito significativo e importante”, acrescentando que “deveria representar um motivo de alegria e de esperança, não só para os católicos, mas para toda a Rússia”. Pensa que Bento XVI poderá vir a realizar aquilo que foi, para o seu predecessor, um grande desejo nunca satisfeito?
- "Os católicos russos aguardam o Papa. A sua visita seria para eles de grande encorajamento e enchê-los-ia de entusiasmo. É óbvio que a visita só pode ter lugar no contexto ecuménico. O encontro do Santo Padre deve ser um testemunho de fraternidade cristã perante o mundo inteiro. É importante que seja marcado por uma profunda alegria e que abra as portas a uma colaboração mais intensa em todos os campos possíveis. Poderá realizar-se? Rezemos. Não há obstáculos que possam resistir ao sopro do Espírito".







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