MORRE AMBIENTALISTA QUE ATEOU FOGO AO PRÓPRIO CORPO, EM CAMPO GRANDE
Brasília, 14 nov (RV) - Morreu na manhã de ontem, o ambientalista Francisco
Anselmo de Barros, de 65 anos, que ateou fogo ao próprio corpo, no sábado, durante
um protesto no centro de Campo Grande (MS) contra a construção de usinas de álcool
na bacia do Pantanal.
Militante ecológico desde 1980, Francisco planejou sua
própria morte, como descobriram seus companheiros, mais tarde, pelas cartas deixadas
por ele, como forma de chamar a atenção para a tentativa do governo do Estado de aprovar
um projeto de lei para permitir a instalação de usinas na bacia do Pantanal, proibidas
por lei desde 1982. O projeto está sendo analisado para ser votado na Assembléia Legislativa.
Francisco
Anselmo de Barros era presidente da ONG "Fundação para Conservação da Natureza de
Mato Grosso do Sul" (FUCONAMS). Durante a manifestação de sábado, ele se enrolou em
um edredom encharcado de gasolina e ateou fogo ao corpo. O ambientalista sofreu queimaduras
de terceiro grau em mais de 90% do corpo.
Francisco deixou várias cartas para
a família, para as pessoas que trabalhavam com ele e para a imprensa. Numa delas descreve
afirma "fiz o que fiz como única forma de acordar o povo".
Esta semana, a polícia
deve ouvir as pessoas que participaram do protesto. (CM)