IGREJA ATACA KIRCHNER POR SUA VISÃO ACERCA DA DITADURA
Buenos Aires, 14 nov (RV) - A Igreja Católica na Argentina abriu um novo capítulo
na conflituosa relação que mantém com o governo de Néstor Kirchner, publicando um
documento que critica sua visão "maniqueísta" sobre a ditadura e ataca as políticas
sociais na Argentina.
No texto, divulgado no sábado, a Igreja pede que se fale,
ao lado dos crimes cometidos pelo Estado, durante a ditadura argentina (1976-1983),
também dos crimes da guerrilha. "É perigoso para o futuro do país, fazer leituras
parciais" _ afirmam os bispos.
Trata-se do primeiro documento da Igreja argentina
sob o comando do Cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, recém-eleito
Presidente da Conferência Episcopal Argentina.
O texto aponta para o "crescimento
escandaloso" da desigualdade social, que pode gerar "perigosos conflitos sociais".
Reconhece o esforço oficial, mas ataca o clientelismo da política pública.
Ontem,
o Chefe de Gabinete de Kirchner, Alberto Fernández, disse que o documento "não corresponde
à realidade" e afirmou que o governo reduziu a pobreza. Ele também refutou a análise
da Igreja sobre a ditadura. (MZ)