2005-11-14 16:45:00

CHARLES DE FOUCAULD: UM CONVITE À FRATERNIDADE UNIVERSAL, DIZ BENTO XVI


Cidade do Vaticano, 13 nov (RV) - Charles de Foucauld é um convite à fraternidade universal, afirmou Bento XVI, esta manhã, ao término da cerimônia de beatificação do sacerdote francês, celebrada pelo Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, na Basílica de São Pedro.

Ao lado de Foucauld, foram também elevadas às honras dos altares as italianas Maria Pia Mastena, fundadora das Irmãs da Sagrada Face (1881-1951) e Maria Crucifixa Curcio, que fundou a Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus. (1877-1957).

Durante a cerimônia, o Cardeal Saraiva Martins afirmou que Charles de Foucauld é um símbolo do diálogo entre as civilizações e as religiões. O sacerdote, que viveu entre os séculos XVIII e XIX, levou a palavra do Evangelho às populações de maioria muçulmana no Saara e no Magreb, norte da África.

Na breve reflexão que proferiu ao fim de cerimônia de beatificação, Bento XVI saudou os devotos da bem-aventurada Maria Pia Mastena, em especial, os provenientes de sua cidade natal, Bovolone, do vilarejo de San Fior, onde estão suas relíquias, assim como os numerosos fiéis da Itália, Indonésia e do Brasil, que vieram a Roma para a celebração de hoje.

Concluindo sua saudação aos presentes, o Papa cumprimentou, individualmente, os membros da comunidade tuaregue (povo berbere, nômade, que se desloca entre o centro e o oeste do deserto de Saara) que estavam na Basílica. Com seus trajes tradicionais e turbantes, eles (todos homens e apenas uma mulher), vieram participaram da missa por serem devotos de Charles de Foucauld.

Antes de deixar a Basílica, o Pontífice disse: "Queridos irmãos e irmãs, agradeçamos ao Senhor pelo dom destes novos bem-aventurados, e busquemos nos esforçar para imitar seus exemplos de santidade. Que a sua intercessão nos permita viver na fidelidade a Cristo e à sua Igreja."

Da Basílica, o Santo Padre foi para a janela de seus aposentos, na residência pontifícia do Vaticano, de onde rezou, juntamente com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, a tradicional oração mariana do Angelus.

Em sua breve reflexão, evocou novamente o conceito de busca da santidade, frisando o papel dos leigos, chamados, assim como os sacerdotes e religiosos, à "perfeição de vida", segundo o próprio carisma e a específica vocação _ como ensinou o Concilio Vaticano II.

Referindo-se à importância dos leigos na Igreja, o Papa recordou que "o Concilio dedicou grande atenção ao papel dos fiéis leigos, com um capítulo inteiro da constituição "Lumen gentium" sobre a Igreja, para definir a sua vocação e missão, assinaladas no Batismo e na Crisma".

Em novembro de 1965, os Padres conciliares aprovaram um decreto específico, sobre o apostolado dos leigos _ o "Apostolicam actuositatem". A propósito desse documento do Vaticano II, Bento XVI disse: "Ele sublinha, antes de tudo, que a fecundidade do apostolado dos leigos depende de sua união vital com Cristo, ou seja, de uma robusta espiritualidade, alimentada pela participação ativa na liturgia e no estilo das bem-aventuranças evangélicas. Para os leigos, são muito importantes a competência profissional, o sentido de família, a educação cívica e as virtudes sociais." (CM)








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