PAPA A EMBAIXADOR DOS EUA: INJUSTIÇA E VIOLÊNCIA SÓ PODEM SER COMBATIDAS MEDIANTE
O RESPEITO À LEI MORAL
Cidade do Vaticano, 12 nov (RV) - Bento XVI iniciou suas atividades de hoje
recebendo em audiência o novo embaixador dos EUA junto à Santa Sé, Francis Rooney,
para a apresentação de suas credenciais.
"Que os EUA exercitem sua liderança,
cooperando com as diversas instâncias internacionais": foi a exortação do Santo Padre
ao diplomata norte-americano. Expressando sua solidariedade a todos aqueles que foram
atingidos pelos furacões no sul dos EUA, Bento XVI evocou a importância da dimensão
moral na ação política.
"Num mundo onde cresce a globalização, tenho certeza
de que os EUA continuarão a demonstrar uma liderança na promoção de valores como a
liberdade, a integridade e a autodeterminação" _ afirmou o Pontífice, ao diplomata
norte-americano.
O Papa ressaltou que tal liderança deve ser acompanhada de
uma "cooperação com as diversas instâncias internacionais, que trabalham por um consenso
real e para desenvolver" ações comuns "ao afrontar temas críticos para o futuro da
humanidade".
A guerra, assim como a injustiça e a violência, disse ainda, "podem
ser contrastadas somente por um renovado respeito pela lei universal moral, cujos
princípios derivam do próprio Criador".
A seguir, advertiu que "o reconhecimento
do rico patrimônio de valores e princípios ínsitos nessa lei, é fundamental para se
construir um mundo que reconheça e promova a dignidade, a vida e a liberdade de toda
pessoa humana", base para se "criar as condições de justiça e paz, nas quais os indivíduos
e as comunidades possam prosperar".
Reportando-se ao Concílio Vaticano II,
Bento XVI recordou que "a missão universal da Igreja não permite à mesma, identificar-se
com um sistema político, econômico e social". Todavia, sua missão "serve como fonte
de compromisso, direção e força, que pode contribuir para estabelecer e consolidar
a comunidade humana, de acordo com a lei de Deus".
Reconhecendo a generosidade
sempre demonstrada pelo povo norte-americano para com os necessitados de todos os
continentes, o Pontífice ressaltou o empenho da Santa Sé, em "buscar soluções para
afrontar os problemas mais significativos que a humanidade está sofrendo nestes anos",
como o "escândalo" da fome, da pobreza e das doenças que ainda afligem tantas partes
do mundo.
Para sanar essas chagas, ressaltou o Papa, "não se pode limitar a
considerações econômicas", mas é preciso "uma visão mais ampla de solidariedade prática
junto a decisões corajosas" de efeitos de amplo alcance, tais como o perdão da dívida
que "alimenta a pobreza em muitas das nações menos desenvolvidas".
Por fim,
o Pontífice fez votos de que as relações diplomáticas entre a Santa Sé e os EUA "se
reforcem e se consolidem" nos anos vindouros. (RL)