CARDEAL COTTIER: É PRECISO PRECAVER-SE CONTRA OS "FALSOS" INFINITOS
Roma, 12 nov (RV) - A reflexão sobre o conceito de infinito _ que hoje se mostra
mais atual do que nunca _ parece mais unir do que dividir os teólogos e cientistas.
A
busca de um confronto interdisciplinar correto, "de igual para igual", foi saudada
com entusiasmo pelo Cardeal Georges Cottier, pro-teólogo da Casa Pontifícia.
"Hoje
estamos para além do neopositivismo" _ disse o purpurado, à margem do Congresso "O
infinito na ciência, filosofia e teologia", concluído nesta sexta-feira, na Pontifícia
Universidade Lateranense, de Roma.
"É necessário esse confronto entre pontos
de vista diferentes" _ explicou o teólogo suíço. "Todas as disciplinas estão voltando
sua atenção novamente para o conceito de infinito. Hoje há necessidade de ir além
do neopositivismo. A alma humana tem necessidade de um conhecimento completo, mas
sem confusões e sobreposições."
"A alma humana, sendo espiritual, tem uma abertura
para o infinito _ acrescentou _ é capaz de receber conhecimentos sobre o infinito.
Certamente a alma é limitada em sua pessoa, mas infinita na capacidade de abrir-se
a Deus."
Por sua vez, P. Rafael Pascual, docente de Filosofia da Ciência e
da Natureza e Diretor do Master em Ciência e Fé, na Pontifícia Universidade "Regina
Apostolorum", advertiu sobre os possíveis riscos.
À maior sensibilidade em
relação ao infinito, se contrapõem os perigos dos "falsos" percursos que se mostram
fascinantes, de modo particular para os jovens. "O conceito de infinito é sempre atual
_ disse o Cardeal Cottier _ mas hoje o é ainda maus, em razão daquela tendência ao
misticismo, que, freqüentemente, faz buscar atalhos rumo a "falsos" infinitos, puramente
fantásticos." (MZ)