Não existe possibilidade de pertença simultânea á Igreja católica e a uma comunidade
protestante
O Vaticano recordou esta terça-feira que não é possível pertencer simultaneamente
à Igreja católica e a uma comunidade protestante.
Um comunicado publicado pelo director da sala de imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls,
desmente notícias surgidas na imprensa alemã, segundo as quais o então Cardeal Joseph
Ratzinger estaria de acordo com o facto de o exegeta Klaus Berger se assumir como
católico e, ao mesmo tempo, como protestante.
Segundo estas informações, Berger, que era católico, ao participar em 1968 da Ceia
protestante, converteu-se num membro da igreja evangélico-luterana. Os artigos assinalavam
que o Cardeal Ratzinger, eleito posteriormente Papa, teria sabido que o exegeta tinha
“uma dupla pertença confessional” e não teria feito nenhuma objecção”.
“Esta afirmação é falsa”, declara o comunicado do porta-voz do Vaticano, esclarecendo
que o Papa não tinha conhecimento da referida dupla pertença.
Ao não ter conhecimento do facto, “o Cardeal não teria, portanto, nenhum motivo para
tomar uma decisão sobre a questão da pertença confessional do senhor Berger, e de
facto, nunca se pronunciou sobre isso”, refere Navarro-Valls.
A nota oficial assegura que as normas do Direito Canónico - que excluem uma pertença
simultânea à Igreja católica e a uma comunidade protestante, como no caso de uma "Landeskirche"
protestante – continuam em vigor e que “desta regra da Igreja não se pode obter dispensa,
nem sequer no sacramento da Reconciliação”.