2005-11-08 19:20:53

SOMENTE O DIÁLOGO PODE TRANSFORMAR O MUNDO NUM LUGAR DE PAZ E FRATERNIDADE, AFIRMA BENTO XVI


Cidade do Vaticano, 08 nov (RV) - "Somente com o diálogo, pode existir a esperança de que o mundo se transforme num lugar de paz e de fraternidade", a democracia por si só não basta. São dois pensamentos contidos na mensagem que Bento XVI enviou ao Cardeal Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que o está representando, em Istambul, na Conferência internacional sobre paz e tolerância no Sudeste europeu, Cáucaso e Ásia central, promovida pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.

Catolicismo e ortodoxia que cruzam as estradas com o Islamismo: encontros que nem sempre, em algumas regiões do mundo, produzem exemplos de convivência pacífica, de respeito religioso bem como de integração social.

Bento XVI tem consciência disso, e a Conferência de Istambul lhe deu a oportunidade de reiterar que os temas da paz e da tolerância "são de importância basilar num mundo em que as atitudes rígidas comumente provocam incompreensões e sofrimentos", chegando, por vezes, a violências que significam a morte.

O diálogo, escreve o Papa, é "claramente indispensável" para encontrar soluções para os conflitos nocivos e para as tensões que danificam a sociedade.

É dever de toda pessoa de boa vontade _ acrescenta _ e particularmente de todo fiel, contribuir para desenvolver uma sociedade pacífica, e para superar a tentação de um confronto agressivo e inútil entre as diversas culturas e os grupos étnicos" que têm, ao invés, a precisa responsabilidade de contribuir "para a paz e a harmonia, colocando à disposição _ diz o Papa _ a própria herança espiritual e cultural e os valores éticos a serviço da família humana no mundo inteiro".

Bento XVI observa, em sua mensagem, que esse objetivo só pode ser alcançado, se for colocado "no centro do desenvolvimento econômico, social e cultural de toda comunidade" um "adequado respeito pela vida e pela dignidade de toda pessoa humana", ou seja, animando com valores morais toda forma de convivência civil.

Infelizmente, objeta o Pontífice, "o relativismo moral incide no funcionamento da democracia, que, por si só, não é suficiente para garantir a tolerância e o respeito entre o povo", e, portanto, nem mesmo uma paz estável.

"Toda pessoa de boa vontade tem o dever de trabalhar por esse objetivo" _ reitera Bento XVI. "E isso _ ressalta o Santo Padre _ é ainda mais urgente para aqueles que reconhecem em Deus o Pai de todos, que dá livremente a todos, sua misericórdia, que julga com justiça e oferece a todos, sua amizade."

O Papa conclui sua mensagem, pedindo ao Cardeal Kasper que reafirme, durante os trabalhos em Istambul, "o forte compromisso da Igreja em trabalhar incansavelmente pela cooperação entre o povo, as culturas e as religiões". (RL)







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