2005-11-06 15:33:02

REPRESENTANTE DA SANTA SÉ NA ONU PRONUNCIA-SE SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


Cidade do Vaticano, 04 nov (RV) - Os planos de desenvolvimento e as estratégias de redução da pobreza devem ser compatíveis com o ambiente: foi o que reiterou ontem, quinta-feira, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, o Arcebispo Celestino Migliore, durante os trabalhos da Assembléia Geral do organismo, em sua sede, em Nova York.

"Sem controle ambiental _ observou Dom Migliore _ o desenvolvimento não terá um fundamento sadio, e sem desenvolvimento não haverá, de modo algum, investimentos, tornando impossível a proteção do ambiente."

Portanto _ continuou o representante vaticano _ "responsabilidade e solidariedade estão ligados de tal modo, que a ação em favor do ambiente se torna uma afirmação de confiança no destino da humanidade, reunida em torno de um comum projeto crucial para o bem de todos".

Tal conceito evoca o primeiro princípio da Declaração do Rio que diz: "Os seres humanos estão no centro das questões inerentes ao desenvolvimento sustentável" _ recordou o Arcebispo.

"Todavia _ frisou Dom Migliore _ as numerosas dificuldades encontradas ao afrontar os problemas da degradação ambiental global, bem como as mudanças climáticas, a falta de água potável, o desmatamento das florestas e a desertificação mostram a complexidade de se afrontar os problemas do desenvolvimento de modo coerente e integrado, e a necessidade de substituir impostações setoriais fragmentárias com medidas holísticas e multisetoriais."

Entre os temas mais urgentes, Dom Migliore indicou o do desmatamento das florestas, visto que esse recurso continua sendo essencial para a vida de um bilhão e 200 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza, no mundo. Por isso, se deve concluir um tratado para a tutela das florestas.

Outra grave questão _ já evidenciada pelo Secretário-geral da ONU como o mais grave desafio para o século XXI _ diz respeito às mudanças climáticas e aos recursos energéticos, com implicações ambientais, econômicas, políticas, sociais, e para a segurança nacional e internacional.

"É encorajador _ ressaltou o Arcebispo _ constatar a crescente tomada de consciência" mostrada no recente encontro de Cúpula do G-8 (os setes países mais industrializados do mundo e mais a Rússia), em Gleneagles, na Escócia, encontro que deverá ser seguido, agora, de "sérias discussões" sobre os modos e meios para incentivar as fontes de energia renováveis e eliminar as substâncias nocivas para o ambiente, e promover a pesquisa para substituir os combustíveis fósseis com outros tipos econômicos, eficientes e limpos."

"O mundo _ concluiu o representante vaticano _ terá dramaticamente mais necessidade _ e não menos _ de energia nos próximos 50 anos" e, portanto, se impõe, para as novas gerações, iniciar imediatamente um caminho de responsabilidade nesse sentido. (RL)







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